A gigante das stablecoins Tether avançou ainda mais em sua entrada nos Estados Unidos nesta sexta-feira (12), ao anunciar uma stablecoin específica para o país, chamada USAT, projetada para estar em conformidade com as novas legislações.
O projeto do token será liderado por Bo Hines, ex-diretor executivo do grupo de trabalho de ativos digitais da Casa Branca. Hines atuará como CEO da USAT a partir de Charlotte, na Carolina do Norte, onde reside com sua família. Ele deixou o governo de Donald Trump no mês passado e, logo em seguida, foi contratado como conselheiro estratégico da Tether para políticas públicas nos EUA.
O token será emitido pela Anchorage Digital e deverá ser lançado até o final deste ano. A sede da USAT ficará em Charlotte, conforme confirmou um porta-voz da Tether ao Decrypt.
O CEO da Tether, Paolo Ardoino, já havia durante visita à Casa Branca em julho, que a empresa pretendia criar uma stablecoin voltada exclusivamente aos Estados Unidos, com finalidades diferentes do USDT, a stablecoin principal da empresa.
“Construímos o canal de distribuição mais popular para os Estados Unidos, mas também para que os Estados Unidos alcancem o mundo”, disse Ardoino na sexta-feira. “Com a USAT e o USDT juntos… podemos [levar serviços financeiros] ao resto do mundo e também às comunidades carentes nos Estados Unidos.”
Tether no território norte-americano
Durante anos, a Tether evitou estabelecer uma presença significativa em solo americano. Seu token USDT, que movimenta US$ 170 bilhões, ainda não teve suas reservas auditadas por uma das quatro grandes empresas de auditoria, e já foi alvo de críticas por uso em atividades criminosas. A Tether — atualmente a maior emissora de stablecoins do mundo — tem sede em El Salvador.
Após a reeleição de Donald Trump no ano passado, a empresa passou a investir agressivamente para se estabelecer nos EUA e competir com rivais que se apresentam como alternativas mais alinhadas às regulamentações.
A Tether mantém uma relação próxima com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, um fervoroso defensor da empresa. A firma de Wall Street de Lutnick, a Cantor Fitzgerald, afirma custodiar bilhões de dólares em títulos do Tesouro americano que lastreiam o USDT.
Com a aprovação do GENIUS Act em julho — que estabeleceu pela primeira vez um marco legal para emissão e negociação de stablecoins nos Estados Unidos —, Ardoino afirmou ao Decrypt que pretende tornar o USDT compatível com a nova legislação, viabilizando sua circulação no mercado americano.
A conformidade exigirá o cumprimento de rigorosas leis de combate à lavagem de dinheiro e auditorias detalhadas. Ardoino garantiu que o USDT será adaptado a essas exigências.
“Temos três anos para garantir que esse processo seja concluído corretamente”, disse o CEO em julho, na Casa Branca. “Seremos muito precisos e dedicados a isso.”
USAT em conformidade com GENIUS Act
Segundo a Tether, a USAT está sendo projetada desde o início para atender plenamente às exigências do GENIUS Act.
O anúncio oficial foi feito em um museu de espionagem no centro de Manhattan. O evento, decorado com bandeiras americanas e material promocional patriótico da Tether, contou com a presença de figuras influentes de Washington, incluindo o sucessor de Hines na Casa Branca, Patrick Witt; o presidente do Subcomitê de Serviços Financeiros sobre Ativos Digitais da Câmara, deputado Bryan Steil (R-WI); o ex-presidente da Câmara Kevin McCarthy; além de diversos lobistas do setor.
Na sexta-feira, Ardoino também aproveitou para divulgar outras iniciativas da Tether, incluindo a expansão de sua capacidade de mineração de Bitcoin.
“A Tether vai se tornar a maior mineradora de Bitcoin do mundo até o final deste ano”, afirmou.
Leia também: Tether irá minerar Bitcoin no Brasil com energia subsidiada pelo Estado
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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