Uniswap: o que é e como funciona uma corretora de criptomoedas descentralizada

Especialista explica o funcionamento da pioneira das exchanges descentralizadas
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Foto: Shutterstock

Uniswap é um protocolo de corretora descentralizada (DEX). Corretoras descentralizadas têm a mesma finalidade de corretoras convencionais, que é proporcionar um local para negociação de ativos. Mas as DEXs eliminam a necessidade de um book de ofertas, pois funcionam a partir de contratos inteligentes

A metodologia usada nas corretoras descentralizadas para administrar as ordens de compra e venda é denominada “formador de mercado automatizado”, onde os provedores de liquidez cedem seus ativos ao formador de mercado automatizado criando os famosos pools de liquidez em troca de rendimentos (Yield Farming), e por meio desses pools são criados os pares de negociação. 

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Uniswap

A Uniswap foi a pioneira nesse segmento e hoje responde por metade das negociações feitas em corretoras descentralizadas. Ela segue focada em suas atualizações com o objetivo de tornar esse mercado cada vez mais eficiente. 

A DEX Uniswap descentralizou sua estrutura de governança por meio de um “airdropping” uma distribuição retroativa de tokens à sua base de usuários. Em 16 de setembro de 2020, a Uniswap lançou  a UNI, sendo o seu token de governança e atualmente possui uma capitalização de mercado de US$ 16 bilhões de dólares ou R$ 85 bilhões de reais, sendo uma das maiores ligada à rede Ethereum, ocupando a 12° posição do ranking Coinmarketcap. 

Um token de governança é usado para decidir a futura direção do protocolo. No caso da UNI, detentores do token poderão votar sobre propostas para acrescentar novos recursos e pares de negociação no protocolo. 

Eliminando intermediários

Corretoras e exchanges são na verdade intermediadores de ativos financeiros, uma espécie de supermercado de produtos financeiros, elas apenas revendem os produtos, sendo assim estão expostas a um menor risco em relação ao emissor. 

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A intermediação de ativos financeiros é um negócio muito rentável, tanto no mercado tradicional quanto no mercado de criptoativos. Podemos observar na Oferta Pública Inicial (IPO) da XP Investimentos, que precificou a corretora em 14,9 bilhões de dólares ou 62,5 bilhões de reais na cotação da época e hoje tem um valor de mercado oscilando na casa dos 130 bilhões de reais, e também na recém IPO da Coinbase na Nasdaq de quase 100 bilhões de dólares. 

A Mercado Bitcoin recebeu recentemente um aporte equivalente a cerca de R$ 998 milhões, do Softbank Latin American Fund, com isso, o grupo 2TM atinge um valuation de R$ 10,4 bilhões. 

No caso das DEXs, as taxas de negociação remuneram os provedores de liquidez, o que pode ser um negócio bastante lucrativo, como mencionei em outro texto publicado em meados de julho.

Uma das maiores contribuições do avanço dessa tecnologia, é a possibilidade de eliminar intermediários, reduzindo os custos, tornando diversos serviços mais baratos para o usuário e mais lucrativo para o ofertante. 

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Volume e concorrência das DEXs

O volume de negócios feitos em plataformas descentralizadas ainda é pequeno frente ao volume total de negócios feitos no mercado de criptoativos, isso mostra que existe muito espaço para crescimento. 

O maior desafio da Uniswap será tornar-se eficiente e atrativa suficiente para concorrer com as plataformas centralizadas, conquistar mais usuários e se manter pioneira frente aos demais concorrentes do mercado descentralizado, como a PancakeSwap e SushiSwap (uma bifurcação do tipo “fork” da Uniswap). 

Vale lembrar que protocolos de finanças descentralizadas estão em estágio inicial de desenvolvimento e por esse motivo é difícil compreender e mensurar possíveis riscos. 

Sobre a autora

Marina Luz, CFP®, é economista, com experiência de 8 anos no mercado financeiro e trabalhou no Itaú BBA. É especialista em finanças pessoais e mantém o canal no Youtube Mais Dinheiros, sobre educação financeira e investimentos