Traficante de maconha processa polícia pela apreensão de 226 bitcoins em 2013

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Imagem: Shutterstock

O Departamento de Polícia de Vancouver, no Canadá, está sendo acusado de manter ilegalmente um HD com 226 bitcoins, cujo dono é um traficante de maconha.

Ele alegou uma conspiração dos policiais para se apossaram do equipamento em 2013, em uma ação que enganou um juiz. Na época, o valor da apreensão era em torno de R$ 100 mil; hoje, seria de R$ 10 milhões.

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Segundo a CBC, em uma decisão recente um novo juiz considerou a conduta dos policiais como “extremamente sérias”. Isso porque a Suprema Corte da Colúmbia Britânica determinou a devolução do dispositivo dois meses após apreensão.

Desta forma, com o argumento de que teve seus direitos violados, D.A.L., iniciais do traficante — não se sabe se homem ou mulher —  agora quer recuperar seus bitcoins.

Traficante operava no Silk Road

Conforme a reportagem, D.A.L vendia as drogas em bitcoin através da deep web usando o site Silk Road, criado por Ross Ulbricht que segue cumprindo prisão perpétua nos EUA.

O “Dread Pirate Roberts”, apelido de Ulbricht, fez fortuna vendendo armas e drogas e chegou a juntar mais de 140 mil bitcoins, cerca de R$ 5 bilhões na cotação atual.

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Maconha era musa

De acordo com a CBC, em 2013, depois de uma denúncia anônima, os policiais foram até a casa de D.A.L em Kitsilano, em Vancouver, e encontraram 14,5 quilos de maconha.

Além das drogas ilícitas, o laptop e equipamentos e materiais para embalar também foram apreendidos. Descobriu, então que o traficante vendia a erva no Silk Road sob o pseudônimo ‘MarijuanaisMyMuse’, que traduzido fica ‘a maconha é a minha musa’.

D.A.L. confessou e se declarou culpado, diz o site. Sua intenção era cumprir a pena e voltar a traficar. Ele cumpriu nove meses de prisão, mas não lhe foi entregue o computador. 

Em março de 2017, a ordem para devolução do equipamento foi dada e D.A.L teve o laptop devolvido, porém, sem o disco rígido.

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Questionados, os policiais disseram que teriam que manter o equipamento porque fazia parte da investigação.

Segundo eles, o disco seria enviado para uma análise forense — e foi então que descobriram os bitcoins, avaliados hoje em quase R$ 9 milhões. 

“Intencionalmente, a polícia cometeu fraude por não informar a Justiça de todos os fatos pertinentes”, disse D.A.L., acrescentando que “A polícia enganou não apenas a Justiça, mas também o advogado”.

Prova contra prova

Caso seja constatada a veracidade das informações de D.A.L., há chances de ele ter de volta seus bitcoins.

Contudo, a Lei de Confisco Civil da Colúmbia Britânica permite que a província inicie uma ação contra bens ligados a atividades ilegais, independentemente de uma pessoa ter sido condenada ou acusada de um crime.

Para isso, entretanto, o diretor de confisco civil deve provar que a propriedade em questão é o produto do crime ou um instrumento de atividade ilegal.


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