Token desconhecido disparou 36% na Bitfinex após confisco de US$ 3,6 bilhões pelos EUA

A Bitfinex se comprometeu a usar pelo menos 80% dos bitcoins recuperados do hack em 2016 para adquirir o token LEO do mercado e queimá-lo
Imagem da matéria: Token desconhecido disparou 36% na Bitfinex após confisco de US$ 3,6 bilhões pelos EUA

Foto: Shutterstock

Na terça-feira (8), UNUS SED LEO (LEO), o token da Bitfinex, atingiu uma nova alta recorde de US$ 8,14 logo após o Departamento de Justiça dos EUA (ou DOJ, na sigla em inglês) anunciar que havia confiscado 94 mil bitcoins (BTC) roubados em agosto de 2016 no hack à Bitfinex.

Desde então, o preço do LEO caiu um pouco e, neste momento, está sendo negociado a US$ 6,78, segundo o site CoinGecko.

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Ainda representa um enorme aumento de mais de 36% nas últimas 24 horas conforme mais de 80% do volume negociado no último dia aconteceu na corretora FTX e, é claro, na Bitfinex.

Lançada em maio de 2019, LEO é o utility token da Bitfinex e de suas plataformas afiliadas, dando aos holders uma variedade de benefícios, como a redução nas taxas de negociação e desconto em outros produtos e serviços.

Logo após o lançamento, iFinex, empresa-mãe da Bitfinex, usou LEO para arrecadar US$ 1 bilhão, vendendo o token recém-criado em troca da stablecoin tether (USDT) para substituir US$ 850 milhões perdidos do banco panamense Crypto Capital.

A alta mais recente, que fez LEO subir para 28º lugar em termos de capitalização de mercado, pode ser provavelmente atribuída ao confisco dos bitcoins roubados no hack à corretora cripto Bitfinex em agosto de 2016.

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Segundo o DOJ, autoridades confiscaram 94 mil BTC (equivalentes a US$ 3,6 bilhões no momento do confisco) ligados ao hack. A quantidade total de bitcoin hackeada na época é de 119.275 BTC.

Junto com o confisco, autoridades também prenderam um casal da Cidade de Nova York que podem estar envolvidos no caso.

O casal foi acusado de conspiração de lavagem de dinheiro, que possui uma sentença máxima de 20 anos de prisão, e conspiração para fraudar os Estados Unidos, cuja sentencia máxima é de cinco anos de prisão.

Queima de tokens LEO pela Bitfinex

Existe outra propriedade importante do token LEO relevante a investidores, principalmente à luz do confisco recente.

Segundo seu whitepaper, a Bitfinex se comprometeu a usar pelo menos 80% dos bitcoins recuperados do hack em 2016 para adquirir LEO do mercado aberto e queimá-lo.

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A corretora cripto confirmou o comprometimento com sua promessa em sua declaração recente, afirmando que irá trabalhar com o DOJ para recuperar os bitcoins confiscados.

“Se a Bitfinex receber os bitcoins roubados, conforme descrito no whitepaper do token UNUS SED LEO, a Bitfinex irá, em até 18 meses da data de recebimento [dos bitcoins roubados], usar uma quantia igual a 80% dos fundos líquidos recuperados para recomprar e queimar tokens UNUS SED LEO”, afirmou.

A Bitfinex acrescentou que, além de transações do mercado aberto, essas recompras podem ser realizadas ao adquirir LEO em mesas de mercado de balcão (ou OTC), “incluindo a negociação direta de bitcoin por UNUS SED LEO”.

No entanto, por enquanto, os bitcoins continuam sob custódia do DOJ, ou seja, nenhum tokens LEO vão ser queimados.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.