A Threads, rede social da Meta – grupo pilotado por Mark Zuckerberg, que surgiu no início de julho para concorrer com o Twitter de Elon Musk – se tornou a plataforma de crescimento mais rápido da história: foram 100 milhões de novos usuários em apenas cinco dias.
Entre esses milhões de usuários legítimos, não era de se estranhar que golpistas entrassem no meio para espalhar suas fraudes de criptomoedas.
Em apenas 24 horas de mapeamento, a empresa de segurança cibernética Kaspersky foi capaz de encontrar mais de 200 links suspeitos que usavam a Threads como isca para enganar possíveis vítimas, segundo relatório ao qual o Portal do Bitcoin teve acesso
Parte desses golpistas usam tokens falsos que fingem ter alguma ligação oficial com o Threads para atrair investidores. A Kaspersky encontrou, por exemplo, os golpes “Threadscoin” e “Threadstoken” que operam dessa maneira.
O Threadstoken diz ser o “futuro das moedas digitais”, se vendendo como algo “estável” e “acessível”. Com essas propagandas enganosas, direciona pessoas para a plataforma de venda de tokens e as incentiva a aportar um valor para ganhar a quantia correspondente do novo token na carteira.
Tudo não passa de uma farsa e, quando a vítima deposita suas criptomoedas para o golpista, não recebe nada em troca além de prejuízo.
Golpes no Threads
O levantamento da Kaspersky encontrou uma grande variedade de golpes sendo aplicados no Threads. Alguns golpes de phishing usam como isca a venda de seguidores para perfil na nova rede social para roubar logins e senhas dos usuários.
Os criminosos também usam o fato de Threads não estar disponível para computador para atrair vítimas com sites que se passam como legítimas versões web da rede social.
O “golpe da Shein” também encontrou espaço para se espalhar no Threads. Ao analisar esses endereços suspeitos, a Kaspersky conseguiu confirmar o primeiro golpe em português do gênero.
Neste esquema fraudulento, os criminosos oferecem um salário de R$ 12 mil para as pessoas curtirem e comentarem os posts na nova rede social se a vítima comprar por R$ 147 a licença do app “Threads Lucrativo”. A estimativa é que este golpe está em circulação desde o dia 7 de julho, ou seja, dois dias depois do Threads ser criado.
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“O Brasil é o terceiro maior consumidor de redes sociais do mundo, portanto é natural o surgimento de golpes. Os criminosos não são reconhecidos por sua ética, então usam qualquer artifício para chegar ao seu objetivo – e o mais comum é a monetização, ou seja, roubar as vítimas”, comenta Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.
Entre as recomendações para evitar cair em golpes como os citados acima está desconfiar de mensagens oferecendo salários altos ou ofertas “grátis”; verificar o endereço do site clicado, se há erros gramaticais ou o uso de termos genéricos; usar senhas fortes e não baixar programas de sites não oficiais.
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