O Bitcoin passou por um final de semana de números históricos: a rede atingiu no domingo (07) a barreira de 400 mil transações não confirmadas na mempool e as taxas para transações saltaram 60% em menos de sete dias, indo de US$ 4,40 para US$ 6,90 conforme apontavam dados do Mempoool Space na tarde de hoje.
Até então, os níveis mais altos de transações não confirmadas na rede tinham ocorrido em janeiro de 2018, passando um pouco da barreira dos 250 mil. Os números são do Johoe’s Bitcoin Mempool Statistics.
Como o gráfico abaixo mostra, no dia 2 de maio foi ultrapassada a barreira das 300 mil operações não confirmadas. E no domingo (7), pela primeira vez na história, a rede superou a marca de 400 mil transações não confirmadas.
Um número está diratemente ligado ao outro: conforme mais transações são feitas, a rede vai se tornando mais carregada, com os mineradores não dando conta de validar blocos e assim a alta demanda torna as taxas para realizar cada transação mais caras.
Porém, diferentemente do números de transações não confirmadas, a taxa para operação ainda está muito longe de um recorde. Em abril de 2021 esse valor chegou a US$ 70, por conta de uma queda muito forte do hash rate (força computacional empregada no processo de mineração de novos blocos).
Reportagem do Portal do Bitcoin publicada no dia 2 de maio apontava que havia sido registrada a taxa mínima de 105 sats/vB (US$ 4,20) nas transações consideradas de baixa prioridade. Isso saltou para para 170 sats/vB na tarde de domingo (7), totalizando um preço de US$ 6,90 pela cotação daquele momento. Um aumento de 60% no preço.
Veja abaixo os preços das taxas para transações na rede Bitcoin na tarde de domingo (7):
Ordinals, os grandes culpados
O culpado pelo aumento vertiginoso de transações na rede Bitcoin são os Ordinals, o polêmico projeto que permite inscrever mídia semelhante aos NFTs na blockchain do Bitcoin.
Somente no primeiro dia de maio, mais de 372 mil inscrições de Ordinals foram criadas na rede Bitcoin.
Mas dentro dos Ordinals houve uma revolução em si. No começo de março, um entusiasta de dados on-chain chamado Domo lançou a implementação do BRC-20 usando o projeto.
Domo deu o nome de BRC-20 — a abreviação de “Bitcoin Request for Comment” — a partir de uma experiência inspirada pelo tweet de outro usuário juntamente com o padrão de nome Sats (.sats).
Trevor Owens, sócio-gerente do Fundo Bitcoin Frontier, disse em entrevista ao ao Decrypt sobre o congestionamrnto da rede: “A maior parte da aceleração é BRC-20”.
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