A aposta da Helium em criar uma rede descentralizada e sem fio para ativar dispositivos da Internet das Coisas (IoT) parece estar compensando, pois mais de 640 mil nodes (nós) ativos já concedem tokens ao redor do mundo.
Agora, o projeto está se expandindo para a conectividade 5G e sua parceira FreedomFi acaba de incluir aliados, como as gigantes empresas de tecnologia Samsung e Qualcomm, em uma nova rodada de financiamento.
Nesta terça-feira (15), a FreedomFi anunciou ter arrecadado US$ 9,5 milhões em uma rodada “serie A” (quantia concedida a uma empresa que já demonstra potencial de crescimento e de geração de receita) para continuar desenvolvendo sua rede descentralizada 5G junto com a Helium.
O braço de capital de risco Samsung Next participou da rodada, junto com Qualcomm Ventures e Blueyard Capital.
FreedomFi fornece o firmware e o hardware de células pequenas que movem a mais nova rede 5G da Helium, permitindo que operadores de nós individuais entrem na rede descentralizada e ganhem tokens HNT. Isso ocorre ao fornecerem serviços para usuários nos arredores que utilizam um smartphone, notebook ou tablet.
É um grande avanço da rede original da Helium, que usa nós de baixa energia que, juntos, criam uma rede distribuída para coisas como sensores e rastreadores.
A rede 5G da Helium e da FreedomFi terá que processar uma quantidade significativa de dados de dispositivos “smart” e o hardware necessário para entrar na rede é bem mais caro.
Boris Renski, CEO da FreedomFi, contou ao Decrypt que, atualmente, um pacote de implementação de células pequenas 5G da empresa custa cerca de US$ 2,5 mil no total, entre a porta de entrada e a célula 5G.
Desde que lançou o hardware em outubro de 2021, a FreedomFi vendeu cerca de dez mil pacotes e que cerca da metade deles está ligado e opera a nascente rede 5G da Helium.
Embora US$ 2,5 mil seja um investimento considerável, Renski disse que implementações comuns de células pequenas 5G de operadoras de celular custam cerca de US$ 28 mil cada, de acordo com dados obtidos da Qualcomm.
A FreedomFi já reduziu o preço significativamente sem sua versão e visa escalar o custo total para aproximadamente US$ 500 conforme componentes de hardware ficam mais baratos.
“Queremos remover todos os intermediários e simplificar o processo para que qualquer pessoa na rede Helium possa, por US$ 500, obter um ‘nó celular’, ligá-lo e fazê-lo funcionar”, disse Renski.
5G movido a token
No momento, a FreedomFi é a única fabricante de portas de entrada 5G da Helium e a empresa visa ter 50 mil unidades implementadas até o fim de 2022. Também está prestes a obter mais ajuda para escalar o hardware necessário para a nova rede.
Nesta terça-feira, a FreedomFi anunciou que a fabricante de hardware Bobcat (vendedora do minerador — ou nó — mais popular para a rede LoRaWAN, com foco no IoT, da Helium) também irá desenvolver portas de acesso 5G usando o firmware da FreedomFi.
A porta Bobber 500 da Bobcat será lançada em abril. Quase 250 mil dos antigos nós LoRaWAN da Bobcat para a Helium já foram vendidos.
Embora a atual rede 5G da Helium e movida pela FreedomFi seja bem menor do que a rede IoT original da Helium, poderá ser cada vez mais útil ao longo do tempo.
Rastreadores e sensores não usam muitos dados, mas dispositivos smart estão em todos os lugares — e cada vez mais dispositivos compatíveis com 5G estão surgindo.
Se custos de hardware puderem diminuir e recompensas com o token HNT fornecerem incentivo suficiente para justificar o investimento inicial, então uma rede 5G distribuída e em expansão pode se mostrar bastante valiosa.
“Quando começamos — há um ano — a trabalhar nisso com a Helium, era um conceito alienígena totalmente maluco”, afirmou Renski.
“Cripto é o limite da inovação e empresas de telecomunicação são quase como organizações governamentais que são superconservadoras e lentas para adotar qualquer coisa nova.”
“O fato de que temos a Qualcomm interagindo ativamente conosco, tanto que estão realmente investindo em nossa empresa, acho que é uma ótima validação de [a ideia] ser um pouco menos maluca neste momento do que era há um ano.”
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.