O início do pagamento dos 137 mil bitcoins que a antiga corretora de criptomoedas Mt. Gox deve fazer para investidores afetados pelo hack de 2014 pode ter uma data para começar, segundo o site Finbold.
O veículo cita um documento sobre o “Período de Referência de Cessão e Restrição” publicado nesta quarta-feira (31) pelo procurador Nobuaki Kobayashi e aceito pelo Tribunal Distrital de Tóquio, onde tramita o caso, e que sugere que os reembolsos podem ter início a partir do dia 15 de setembro.
Essa é a data estabelecida para início do período em que passam a ser proibidos novos pedidos de reembolso, de forma a garantir a implementação do plano de ressarcimento.
A informação, portanto, enfraquece os boatos que começaram a circular no último final de semana de que a corretora iria fazer um grande despejo de bitcoin ainda em agosto. A história ganhou força no domingo causando pânico em muitos investidores, o que pode ter ajudado a derrubar o bitcoin abaixo de US$ 20 mil.
Reembolsos da Mt. Gox podem não acontecer em setembro
No entanto, embora 15 de setembro tenha sido mencionado no documento, não significa que os pagamentos serão feitos na data em questão, conforme alertaram credores da corretora que acompanham a história de perto.
“O administrador ainda não está pronto para pagar. Haverá um processo KYC, ele tem que explicar como os pagamentos vão acontecer, coletar dados das contas bancárias, e assim por diante. Isso vai se arrastar por meses, senão anos. Nada que o administrador faz é rápido”, tuitou Django Bits, administrador de um canal do Telegram de credores da Mt. Gox.
O investidor reforçou que o novo documento divulgado hoje não significa que os pagamentos vão começar em 15 de setembro, nem que será executado em um único dia. Assim como ele, o analista de criptomoedas Eric Wall, que também é um credor da Mt. Gox, garantiu que o processo de reembolso não está avançando tão rápido quanto muitos imaginam.
“Mt. Gox *NÃO* está distribuindo moedas nesta semana, ou na próxima semana, ou na semana seguinte”, escreveu Wall no domingo, informando que o sistema de reembolso sequer está ativo. “No estado atual, você ainda não pode registrar para onde (qual exchange) deseja que seu BTC e BCH sejam enviados [pela Mt. Gox].”
Enquanto isso, os investidores ficam de olho no balanço de bitcoin mantido em endereços controlados por Nobuaki Kobayashi, o administrador que supervisiona a reestruturação da Mt. Gox.
As carteiras são rastreadas pela Glassnode e mostram que, até o momento, o balanço de 137.890 BTC da Mt. Gox continua parado.
Relembre o caso
Mt. Gox foi uma das primeiras exchanges do mercado e era responsável por 70% de todas as transações de bitcoin no mundo em 2014. Até que, naquele ano, a corretora perdeu 850 mil BTC em um infame ataque hacker que entrou para a história do setor cripto.
Ao longo dos últimos oito anos, os investidores lutaram na justiça para que os responsáveis pela empresa encontrassem uma forma de reembolsá-los pelo dinheiro perdido no ataque.
O caso passou a ser analisado pelos tribunais japoneses, uma vez que a corretora era baseada no país. Em novembro do ano passado, um “Plano de Reabilitação” foi aprovado pelo tribunal de Tóquio para que os reembolsos tivessem início no ano seguinte — algo que até agora não aconteceu.
Mesmo que os reembolsos da Mt. Gox comecem a ser executados nas próximas semanas, especialistas do mercado afirmam que o processo completo de pagamento aos investidores será realizado por etapas e pode levar meses para ser concluído.
Além do mais, a expectativa é que uma parte significativa de credores escolha fazer hold dos bitcoins recebidos ao invés de despejá-los no mercado.
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