Rede blockchain pública permitirá rastreio de gastos e vai baratear a inovação, diz servidor do BNDES

Segundo Gladstone Arantes, o piloto da Rede Blockchain Brasil deve sair ainda esse ano; rede será usada tanto pelo governo quanto por projetos privados de interesse público
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(Foto: Shutterstock)

O piloto da Rede Blockchain Brasil (RBB), uma parceria entre o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o Tribunal de Contas da União (TCU), deve começar a rodar ainda esse ano e tem como objetivo reduzir os custos de inovação para atividades que tenham interesse público.

As informações são de Gladstone Arantes, chefe de iniciativas de blockchain do BNDES, que conversou com o Portal do Bitcoin na quarta-feira (29) durante a Ethereum Rio 2023

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Arantes foi palestrante do evento em 2022 e esse ano esteve apenas como visitante. O servidor lembra que, quando falou em março do ano passado, ainda estava em dúvida se a RBB seria permissionada para enviar transações

Agora, no entanto, “ela vai ser permissionada para envio de transações, porque se não for assim você vai ter que ter criptomoeda nela e a ideia é que não tenha”. 

Segundo Arantes, o foco da RBB é criar uma blockchain para que o Estado brasileiro use qualquer que seja a necessidade. “E quem não é governo, também pode aderir, se tiver um caso de uso de interesse público. A ideia é você reduzir o custo para inovações de interesse público, transparência”. 

Como exemplo de caso de uso, ele cita que Rede Nacional de Pesquisa (RNP) e o Ministério da Educação, por exemplo, que pensam em modos de dar mais agilidade na autenticidade de diplomas digitais. 

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“Esse é um caso de notarização, mas a gente pode imaginar dez mil outros casos. Provar para o cidadão que a informação está íntegra pode ser usado em milhões de possibilidades. Licitação, rastreio de gastos, comprovação de execução de processo, são outros”, diz. 

Previsão de lançamento

O servidor do BNDES informa que o acordo do banco com TCU já foi aderido por instituições como Dataprev, RNP, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), PRODEST e PRODEMG (Institutos de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Espírito Santo e Minas Gerais). 

A previsão é que o piloto entre no ar de vez ainda esse ano. “Mas não vou fechar uma data, porque estamos no meio do trabalho”, aponta. 

Sobre a mudança de governo de Bolsonaro para Lula, Arantes diz que as pessoas envolvidas no projeto sentiram muito pouco. “Até porque é um acordo formal, assinado pelas entidades”.

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“Quando você reduz custo de inovação, você permite que o inovador inove. Porque hoje em dia ele teria que usar Ethereum, comprar criptomoeda, o que pode parecer estranho para um ente público nos olhos da população. Com a RBB ele estaria muito mais confortável para usar e inovar”, finaliza.