As criptomoedas percorreram um longo caminho desde suas origens relativamente obscuras. Enquanto o mundo financeiro dominante pode ter desdenhado das moedas digitais no inicio, considerando-as como ferramentas para criminosos, terroristas ou indivíduos rebeldes frustrados com o dinheiro tradicional, nos últimos anos o bitcoin fez um progresso significativo em se estabelecer como um espaço legítimo e (potencial) de mudança de mundo.
Moedas digitais como bitcoin e etherum abriram o caminho, crescendo massivamente em valor unitário, bases de usuários e volumes diários de transações — agora, dezenas de novas criptomoedas seguiram seu caminho. Mas as criptomoedas não estão livres de detratores. Muitos céticos continuam a argumentar que o espaço é uma bolha especulativa pronta para explodir. Outro tipo de crítica que vem surgindo mais timidamente é o impacto ambiental das moedas digitais.
Nós, mineração e mais
A maioria das moedas digitais segue o modelo do bitcoin, a primeira criptomoeda a obter adoção e sucesso generalizados. Como um símbolo descentralizado, o bitcoin não está ligado a um banco central. Em vez disso, novos bitcoins são gerados por meio de um processo conhecido como “mineração”, no qual os computadores do mundo todo resolvem problemas matemáticos complicados, ganhando o bitcoin como recompensa.
Todo o sistema é suportado e baseado em blockchain, uma tecnologia que funciona como um livro digital distribuído para registrar todas as transações passadas. As informações sobre o blockchain são compartilhadas entre os nós da rede, ou computadores individuais e plataformas de mineração em todo o mundo.
Os adeptos do conceito de criptomoeda argumentam que as moedas digitais oferecem inúmeras vantagens em relação à moeda fiduciária, devido às suas configurações complicadas e anônimas. No entanto, de acordo com um relatório da CNN, o processo de mineração do bitcoin e outras moedas digitais requer uma quantidade impressionante de energia.
Energia e bitcoin
De acordo com o Digiconomist, um site de análise de criptomoedas, o bitcoin consome atualmente cerca de 71 terawatts por ano. Essa quantidade de energia pode abastecer cerca de 6 milhões de domicílios brasileiros. Embora o bitcoin possa oferecer vantagens sobre os meios tradicionais de transação, ele exige muito mais energia do que transações simples de cartão de crédito, por exemplo.
Uma preocupação que os ambientalistas têm sobre o bitcoin e outras moedas digitais é que elas tendem a exigir mais e mais energia à medida que se tornam mais populares e à medida que seu valor aumenta. No caso do bitcoin, os quebra-cabeças matemáticos que os mineiradores precisam resolver para receber uma recompensa ficam cada vez mais difíceis à medida que o valor da moeda sobe. Isso significa que eles também exigem mais poder de computação e, por sua vez, mais energia.
Embora a quantidade de energia usada no processo de mineração seja enorme, os analistas não concordam necessariamente com os números exatos. Além disso, há uma linha de pensamento que sugere que os benefícios das moedas digitais, incluindo a eficiência no processamento de pagamentos e a capacidade de ajudar as pessoas a evitar a inflação, podem na verdade compensar o impacto ambiental.