Protocolos que conectam blockchains perdem mais de R$ 10 bilhões e viram alvo principal de hackers

Segundo estudo da Chainalysis, 69% de todos os fundos roubados em criptomoedas este ano vieram de hacks a protocolos “bridge”
Imagem de ponte com criptomoedas

Shutterstock

Analistas em blockchain da Chainalysis estimam que mais de dois terços de todos os fundos roubados pelo setor de criptomoedas vieram de hacks a “bridges” este ano.

Esse tipo de ataque se refere a invasões ou hacks que acontecem a protocolos de “bridging”, responsáveis por conectarem diferentes blockchains.

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Em um relatório recente, a empresa alega que o roubo a bridges totalizou US$ 2 bilhões – mais de R$ 10 bilhões – em fundos roubados, apresentando uma “enorme ameaça” à credibilidade da tecnologia blockchain.

Essa análise surge após o hack à Nomad na segunda-feira (8), em que US$ 200 milhões foram roubados da plataforma de bridging. A Nomad funciona como uma via entre diferentes blockchains, permitindo que investidores movam seus fundos entre blockchains, como as plataformas Ethereum, Avalanche e Moonbeam.

A invasão à Nomad também representa o sétimo maior hack a bridges cripto deste ano. Mas o que torna bridges em um alvo tão grande?

Valor trimestral roubado em hacks e porcentagem de todo o valor roubado em hacks a protocolos de bridging (Imagem: Chainalysis)

Bridges cripto e liquidez

De acordo com Arda Arkantura, analista de ameaças na empresa de compliance e dados cripto Elliptic, o problema das bridges que conectam blockchains é sua liquidez.

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“Você congela um token em uma parte da blockchain e depois o descongela do outro lado. Isso significa que você tem muita liquidez e contratos autônomos com fundos armazenados neles”, afirma Arkantura. “Em cripto, quando algo é líquido, é lucrativo.”

Essas bridges são tão lucrativas que hacks entre blockchains compõem 13,5% de todos os roubos em aplicações descentralizadas (ou dapps, na sigla em inglês), de acordo com Elliptic.

Em março, a empresa do jogo blockchain Axie Infinity também passou por um hack de US$ 622 milhões à sidechain (blockchain paralela) Ronin, que conecta o jogo à rede Ethereum. Um mês antes do roubo à Ronin, Wormhole, uma ponte que conecta Ethereum e Solana, perdeu US$ 320 milhões.

A Chainalysis também sugere que bridges se tornaram o principal alvo de ativistas ou hacks terroristas, pois criminosos da Coreia do Norte aparentemente roubaram quase US$ 1 bilhão em cripto este ano.

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A ironia das bridges é sua predominância no ecossistema de Finanças Descentralizadas (ou DeFi). Ao centralizar contratos autônomos com fundos e transações programadas neles, fornecem um ponto de foco para que criminosos os explorem.

“É um paradoxo interessante”, afirma Arkuntura.

“Existem algumas pessoas que dirão que a centralização de contratos autônomos permitem que consertem imediatamente problemas [na bridge]. Por outro lado, a centralização facilita [a invasão] por agentes ilícitos”, acrescentou.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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