Professor da Unicamp compara Bitcoin com vírus: “Ebola tóxico radioativo”

Os comentários de Jorge Stolfi em artigo para o MIT foram parar em uma rede social, onde ele fez a comparação e bateu boca com usuários
Professor Jorge Stolfi posa para foto

Jorge Stolfi se formou doutor em Ciência da Computação em Stanford (Foto: Wikipédia)

Jorge Stolfi, o professor da Unicamp que se tornou um dos maiores adversários do Bitcoin do mundo, voltou a criticar a maior criptomoeda em artigo recente do site MIT Technology Review. Após a publicação, seus comentários foram discutidos na rede social Mastodon, onde ele chamou as criptomoedas de “ebola tóxico radioativo”, ou seja, comparou as moedas digitais com o vírus que matou mais de 11 mil pessoas na África há cerca de uma década.

O artigo, escrito pela jornalista Amy Castor e que traz o título “Ethereum mudou para PoS. Por que o Bitcoin não pode mudar?”, traz comentários de especialistas no assunto, incluindo o brasileiro. O texto argumenta sobre a questão do uso de eletricidade na mineração e mostra que o tema é discutido no mundo inteiro.

Publicidade

“Não há nenhum obstáculo técnico para mudar o Bitcoin para prova de participação, mas os os mantenedores principais não podem fazer a troca sozinhos”, comenta Stolfi.

Para ele, uma batalha entre PoS e PoW seria decidida pela forma como o preço do Bitcoin é dividido pelos dois sistemas. “Eles insistirão que são o verdadeiro Bitcoin, e o ramo proof-of-stake é apenas mais uma shitcoin”, disse.

“Criptomoedas são vírus”

No Mastodon, a discussão começou como comentário do usuário Erik Jonker, que apresenta como “funcionário público da Holanda”, que postou: “A transição que o Ethereum fez para a prova de participação é impressionante, olhando para trás, correu muito bem. Não é de admirar que as pessoas comecem a se perguntar por que o Bitcoin não pode fazer o mesmo movimento”.

Outro usuário, Troed Sångberg, marcou Stolfi, que respondeu:

“Talvez eles não tenham ‘percebido isso’ porque é verdade. Não há obstáculo TÉCNICO para mudar de BTC para PoS. Quanto a ser ‘menos seguro’, essa não é uma afirmação objetiva. PoW não é seguro: se 2-3 pools entrarem em conluio, eles podem reverter um tx com dezenas de confirmações (como fizeram em 2010 e 2013). Mesmo com PoS. Então?”, escreveu.

Publicidade

“E falo contra a criptografia porque eu (como todo cientista da computação e economista do mundo) posso ver que é o ebola radioativo tóxico”, completou.

Mas o debate não parou por aí. Outro usuário criticou Stolfi, que o rebateu logo em seguida. Sebastian Rieger escreveu: “Parece que você não entendeu o que é um pool de mineração, o que é esse trabalho”.

Stolfi disse: “Bem, um de nós dois não entende isso, mas não sou eu”.

Here’s @JorgeStolfi on Mastadon discussing my recent @techreview story on why Bitcoin won’t move to POS. I quoted Jorge in my story. “There is no TECHNICAL obstacle to switching BTC to PoS.” https://t.co/SGqymkmZmq pic.twitter.com/ZM7CMiuIix

— Amy Castor (@ahcastor) March 1, 2023

“Investidor de Bitcoin é otário ou vigarista”

Acostumado a tachar o Bitcoin como “loteria maluca” e “Ponzi”, Há cerca de duas semanas, Stolfi fez publicou um tweet que diz: “Há dois tipos de investidores em Bitcoin: o otário, e o vigarista que espera tirar dinheiro dos otários. A única diferença é se o cara já percebeu que investir em Bitcoin é um Ponzi ou não”. As críticas de Stolfi acompanham a hashtag #Bitcoin seguida do famoso emoji de cocô.

Em um tweet ao Portal do Bitcoinno final do ano, Stolfi disse: “Meu conselho é que você arrume outro emprego o quanto antes. Você não quer carregar uma fatia da responsabilidade de ter induzido milhares de pessoas a queimar as economias numa loteria maluca”.

  • Clique aqui e acompanhe o Portal do Bitcoin no Google Notícias