Procuradora conta detalhes da apreensão de mais de R$ 200 milhões em criptoativos no caso da GAS Consultoria

Ana Batti fez uma conta com seu CPF e passou todo os valor para essa conta, até o MPF criar uma estrutura para receber os Bitcoins
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Procuradora Ana Batti conta detalhes da operação contra a GAS em evento (Foto: Fernando Martines/Portal do Bitcoin)

A procuradora da Fazenda Nacional, Ana Batti, relembrou os bastidores da apreensão de criptoativos durante a operação da Polícia Federal que prendeu Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó do Bitcoin, e criador da GAS Consultoria.

O relato foi feito por Batti neste sábado (10), durante painel de debates no Bitsampa, que ocorre na cidade de São Paulo durante todo o final de semana. O Faraó foi preso em agosto de 2021 e continua em cárcere, agora respondendo também por homicídio. 

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“Me ligaram às cinco horas da tarde do dia anterior e falaram: ‘Ana, vamos deflagrar a operação amanhã, não deu tempo de você vir para o Rio de Janeiro, então infelizmente vamos deixar a parte cripto para outro momento’. Eu disse que não, que a parte cripto pode ser recuperada de qualquer lugar, eu não preciso ir para o Rio de Janeiro”, afirma. 

A procuradora conta que criou uma conta em uma corretora ainda naquela tarde e que sua estratégia era transferir todos os valores para o seu CPF pessoal e depois para o Ministério Público Federal, que naquele momento não tinha uma carteira de criptomoedas para receber a apreensão. 

“Abri a conta rapidinho, fizemos para várias carteiras. E a blockchain permite auditoria: qualquer pessoa pegar a carteira que fizemos a apreensão e verificar que de fato naquela carteira só tinham aqueles criptoativos que a gente apreendeu”, disse. Batti até brincou que disse aos colegas que naquele ano iria “se lascar com a Receita”. 

A servidora montou um mini centro de operações em seu gabinete e passou a dar suporte de forma remota para a operação que ocorria no estado do Rio de Janeiro. Chegou às cinco da manhã e logo o trabalhou começou a dar frutos. 

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“Achamos 78 milhões de reais em uma carteira, minha mão tremia. Transferi para a conta que a gente tinha criado. Perguntou se eu queria pagar uma taxa mais alta para confirmar a transação mais rápido e eu confirmei”, relembra. 

Passadas mais algumas horas, o montante apreendido em criptoativos naquele momento era na ordem de R$ 200 milhões. 

“Liguei para todo mundo da Polícia Federal ir para o meu gabinete. A gente fez a maior apreensão de cripto da história do Brasil”.