Principal consultor da Braiscompany aciona a polícia contra perfil do Instagram que reúne vítimas da empresa

Clélio Cabral se diz alvo de calúnia, difamação e injúria; dono de perfil afirma que BO é covardia e fala em “estelionato a ser investigado”
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Clélio Cabral (à esquerda) ao lado de Antonio Ais, criador da Braiscompany (Reprodução/Instagram)

Clélio Cabral — o mais conhecido ‘broker’ da Braiscompany – empresa acusada de formar uma pirâmide financeira de R$ 1,5 bilhão -, registrou na última segunda-feira (06) um boletim de ocorrência (B.O.) sobre suposta calúnia, difamação e injúria que teria sofrido do dono do perfil ‘Vítimas da Braiscompany’ no Instagram.

No documento, registrado na Delegacia Especializada de Crimes contra Pessoa de Campina Grande, Cabral acusa o perfil de fazer acusações contra ele “sem provas e fundamentos legais”, além de ameaças.

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“Estou tomando todas as medidas jurídicas cabíveis para tentar reaver meus valores como cliente e meus direitos como trabalhador e oriento a todos os clientes e colaboradores que façam o mesmo”, disse Cabral na publicação que acompanha uma cópia do documento.

De acordo com uma cópia do B.O. № 00026.01.2023.2.00.46, compartilhado por Cabral em seu perfil Instagram, ele afirma ter atuado na Brascompany por aproximadamente dois anos e que também se sente lesado, porque antes desse período ele também era cliente.

(Imagem: Reprodução/Instagram)

À reportagem, via e-mail, Cabral disse ainda que “acredito que eu fui uma das pessoas que mais acreditei e confiei na empresa, tanto no papel de cliente, como posteriormente também no papel de colaborador. Acreditei e Confiei ao ponto de colocar ali minha vida financeira como cliente”.

Também manifestou a intenção de processar Antônio Neto Ais e Fabrícia Ais, o casal de donos da Braiscompany, atualmente foragidos da Polícia Federal. “A partir do momento que os representantes legais da empresa encontram-se foragidos da justiça e sem realizar as comprovações referentes as atividades da empresa que estão sendo solicitadas pelos órgãos competentes dentro da investigação, isso contradiz tudo o que eles sempre falavam e demonstravam a todos que fariam. 

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Resposta do perfil ‘Vítimas da Braiscompany’

Procurado para comentar o assunto, o não identificado dono do perfil @vitimasbraiscompany disse: “É o poste mijando no cachorro. Os comentários [do perfil foram feitos pelas vítimas da Braiscompany. Se ele é vítima também, por qual motivo ele não registrou um boletim de ocorrência contra os proprietários da Braiscompany? Perseguir as vítimas que ele captou para essa ‘empresa’ é mais um ato de covardia tão grave quanto tirar o dinheiro das pessoas”.

O responsável pelo perfil também disse que pretende se defender na Justiça. “Mas mais do que nos defender vamos lutar pela responsabilização de TODOS os envolvidos nesse grande golpe. Há, provavelmente, um crime de estelionato a ser apurado. Inclusive quem os ataca disse que pagaria as pessoas e que viu os números da empresa. Isso foi amplamente divulgado. Se ele for inocente, terá a oportunidade de se defender”.

Clélio apagou fotos com dono da Braiscompany

No último sábado, Clélio Cabral manifestou desgosto com o que está acontecendo na suposta empresa. Ele também aproveitou para apagar do feed do Instagram as fotos que ostentava com Antonio Neto Ais e Fabricia Ais.

Em um longo texto, ele diz que confiou na Braiscompany mas que agora vive uma sensação de terror: “Posso sentir o desespero e a angústia que nos cerca ao decorrer de cada dia, motivada pela falta de posicionamento profissional, transparente e respeitoso da Braiscompany para com todos nós”.

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Embora a empresa acusada de pirâmide fosse de Campina Grande, na Paraíba, Clélio Cabral tinha uma sólida atuação em São Paulo. Era um dos principais líderes, ainda que não estivesse formalmente no quadro societário.

Os famosos jogos de futebol nos quais Antonio Ais e jogava bola com Ronaldinho Gaúcho ostentavam a marca de Cabral nos convites. Era uma maneira de promover a empresa e captar mais clientes para o bolo de quase R$ 800 milhões que a Braiscompany mostra em seu balanço do ano passado. A Polícia Federal diz que o valor da ordem de R$ 1,5 bilhão.