Presidente do Banco Central aponta criptomoedas e blockchain como futuro: “Vieram para ficar”

Roberto Campos Neto afirma que economia ruma para um modelo tokenizado em blockchain e que crise atual das criptomoedas não muda isso
Presidente do Banco Central Roberto Campos Neto falando diante de um microfone

Roberto Campos Neto, presidente do BC (Foto: Wikipédia)

As criptomoedas e a tecnologia blockchain tem um papel central na estratégia do Banco Central para o desenvolvimento do mercado financeiro do Brasil. Isso ficou claro na palestra de Roberto Campos Neto, presidente do BC, feita nesta sexta-feira (25) em evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Já no meio de sua apresentação, Campos Neto exibiu uma mensagem no telão perguntando: qual é o verdadeiro debate sobre o futuro das economias? Segundo o executivo, a resposta é a migração para uma economia tokenizada.

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“Sempre se pergunta o que está acontecendo no mundo digital. As pessoas estão procurando por uma representação digital de algo que tenha valor, colocando um encryption e negociando em uma plataforma DLT”, disse.

Na prática, Campos Neto deu a descrição básica das criptomoedas. “Encryption” é o termo em inglês para aplicar criptografia em algo. DLT é a sigla para distributed edger technology, ou sistema de registro distribuído, do qual o exemplo de longe mais famoso é a blockchain.

“A gente acha que, apesar da recente volatilidade do mundo de criptomoedas, essa á uma tendência que veio para ficar”, completa o presidente do BC, sem deixar margem para dúvidas ao que se refere.  

Campos Neto ainda disse que o Brasil está migrando o sistema bancário para uma economia tokenizada. “Ou seja, a gente vai ver menos nos bancos os sistema de contas e mais um sistema de tokens”. 

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CBDC terá papel central

O presidente do Banco Central também destacou que as CBDCs (Central Bank Digital Currency), criptomoedas emitidas pelos governos, terão um papel fundamental no futuro da economia.

“Você tem de um lado o Pix, que é um trilho por onde navegam produtos financeiros de forma universalizada. Do outro você tem o open finance, que é para que esse trilho tenha portabilidade e comparaibilidade. Só que esse trilho e essa comparabilidade precisam se transformar em instrumentos digitais. E o CBDC vem para tokenizar o sistema”, disse.

Na visão de Campos Neto, a inovação virá por quatro grandes blocos: modernização da moeda, Pix, open finance e o “CBDC, que tokeniza o sistema bancário para que seja possível navegar não só através e contas, mas também através de tokens”. 

No final, o presidente do BC disse que o “Real Digital é uma ponte para o ambiente DeFi.  A gente está trazendo o mundo digital para o sistema bancário. Vários outros Bancos Centrais estão fazendo o contrário, o que na nossa visão é um erro”.

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