Poupança ainda deixa as criptomoedas “comendo poeira” no Brasil, revelam Anbima e Datafolha

Levantamento revela que 26% dos investidores preferem a Poupança; criptoativos têm a preferência de apenas 5% dos homens e 1% das mulheres
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A Caderneta de Poupança ainda é o investimento favorito dos brasileiros, muito à frente das demais opções. Essa é uma das conclusões da 6ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro. A pesquisa, relativa ao ano de 2022, mostra que 26% dos entrevistados possui aplicação na modalidade.

É um valor muito superior ao das outras opções. O levantamento revela que na segunda posição vem os fundos de investimento — 6% dos homens e 3% das mulheres optam pela modalidade — e deixa as criptomoedas “comendo poeira”: apenas 5% dos homens e 1% das mulheres disseram ter valores aplicados em cripto.

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O inverno cripto de 2022 — nome como ficou conhecida a crise do setor – parece ter freado qualquer possibilidade de aumento desses percentuais.

A pesquisa mostra que o 1% relativo às investidoras é a mesma proporção que havia sido registrada em 2021; mesmo entre os homens, o crescimento foi modesto, de apenas 1 ponto percentual frente aos 4% do ano anterior.

O Raio-X é uma pesquisa anual realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha.

Uma das boas notícias trazidas pelo estudo é o aumento total da quantidade de mulheres investidoras no Brasil, quando se leva em conta todos os tipos de investimento. O Raio-X mostra que 33% das brasileiras disseram ter dinheiro em algum produto financeiro em 2022, contra os 28% apurados no ano anterior.

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O aumento no número de investidoras é uma tendência que também foi confirmada pela Receita Federal mesmo dentro do universo cripto. Números da entidade mostram que, em janeiro de 2022, as mulheres foram responsáveis por 15,7% das transações de criptoativos — um número que saltou para 25,8% em janeiro de 2023.

Perfil da mulher investidora

Na análise do perfil das mulheres que investem, o Raio-X mostra que 44% delas têm ensino médio e 35% têm o ensino superior, com faixa etária concentrada entre 35 e 44 anos (23%) e entre 45 e 59 anos (25%). Metade das investidoras (50%) pertence à classe C.

De acordo com a pesquisa, as mulheres investem com o objetivo principal de ter segurança financeira (47%), ou seja, é a possibilidade de conseguir juntar uma reserva que as atrai. Em segundo lugar aparece o retorno financeiro (23%) e, em um terceiro lugar mais distante, poder retirar o dinheiro sem prejuízo em caso de necessidade (7%).

Busca por informações

A pesquisa mostra ainda que, para buscar informações sobre investimentos, as mulheres seguem preferindo falar, principalmente, com o gerente ou especialista em investimento presencialmente (28%), seguidos de amigos e parentes (20%), comportamento parecido com os homens.

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Já quando questionadas sobre quais os canais de informações que utilizam para buscar mais detalhes sobre produtos financeiros, o meio mais mencionado por elas que investem foi a TV (35%) seguida do YouTube (32%), preferência inversa ao dos homens, com os percentuais de 30% e 42%, respectivamente.