A Polícia Federal realizou mais duas prisões de suspeitos de envolvimento com a GAS Consultoria, um esquema fraudulento de investimentos em criptomoedas. Batizada de ‘Operação Betka’, a ação, que ocorreu na segunda-feira (14) no Rio de Janeiro, é a quarta fase da operação Kryptos, que prendeu Glaidson Acácio dos Santos, em agosto do ano passado.
Os dois mandados de prisão preventiva foram expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e cumpridos durante uma ação que envolveu 15 policiais federais. Os nomes dos alvos não foram divulgados.
Os ofícios foram redigidos de acordo com o material obtido na ocasião da deflagração da Operação Valeta, terceira fase da Operação Kryptos, deflagrada no ínício de fevereiro.
Na ocasião, foi possível revelar detalhes da criação de uma corretora de criptomoedas para supostamente driblar qualquer tipo de sequestro de fundos oriundos da Justiça. O Portal do Bitcoin teve acesso ao mandado e constatou que havia sido decretada a prisão preventiva da empresária Eliane Medeiros, que dirigia a corretora CointradeCx.
“Concebida possivelmente com o intuito de evitar a ação de bloqueio e posterior confisco dos valores movimentados pelo esquema criminoso, por parte dos órgãos da persecução penal, por meio da utilização de interpostas pessoas para a dissimulação do capital movimentado”, diz um trecho da nota da PF.
A Operação Betka da PF teve apoio do Ministério Público. Segundo nota da PF, os investigados respondem pela prática dos crimes de operação sem autorização de instituição financeira, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Se condenados, poderão cumprir pena de até 34 anos de reclusão.
GAS Consultoria
Glaidson Acácio dos Santos, que está preso por suspeita de fraude contra o sistema econômico, também é investigado por tentativa de homicídio contra um concorrente da GAS Consultoria.
Além do ex-garçom, são alvos de investigação da Polícia Civil do Rio e Polícia Federal a esposa de Santos, a venezuelana Mirelis Zerpa, Michael Magno de Souza, conhecido como “corretor das celebridades”, dentre outros.
O negócio criado por Glaidson consistia em oferta de investimentos em supostas operações com criptomoedas cujo rendimento prometido era na casa dos 10% ao mês.
A CVM viu indícios de crime contra a economia popular e denunciou a empresa ao Ministério Público que deu andamento no processo.
A Operação Kryptos foi deflagrada em decorrência de denúncias da CVM e Ministério Público. Em sua primeira batida, encontrou na casa de Glaidson várias malas de dinheiro, carros de luxo, joias e 591 bitcoins. No mês passado, a Justiça negou pela segunda vez o pedido de habeas corpus do ex-garçom.