Polícia Federal diz que Sheik das Criptomoedas promovia “atos criminosos”

Criador da Rental Coins descumpriu ordens judiciais e se encontrou com funcionários de suas empresas; ele é acusado de montar pirâmide de R$ 4 bilhões
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Francisley Valdevino da Silva é acusado de crimes por meio da Rental Coins (Foto: Reprodução/Medium)

Descumprimento de ordens judiciais e promoção de atos criminosos através de uma organização criminosa. Essas são as justificativas da Polícia Federal para a prisão do empresário Francisley Valdevino da Silva, que ficou conhecido como Sheik das Criptomoedas, nesta quinta-feira (3) em Curitiba.

Segundo comunicado da instituição policial, ele teve prisão preventiva decretada pela 23ª Vara Federal após descumprir medidas cautelares estabelecidas em uma fase anterior da Operação Poyais, que investiga as empresas do Sheik. Também foram realizados dois mandados de busca e apreensão na cidade.

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Francisley respondia a uma série de processos em liberdade, dadas algumas condições, como o afastamento da direção de suas companhias. No entanto, segundo a polícia, ele passou a realizar encontros frequentes, em sua residência em Curitiba, com funcionários de suas empresas. Isso “demonstra que a organização criminosa continuava ativa e promovendo atos criminosos”, de acordo com a PF.

No dia 6 de outubro, a Polícia Federal já havia realizado mais de 20 mandados de busca e apreensão contra o Sheik, acusado de montar uma organização criminosa que movimentou R$ 4 bilhões pelo sistema bancário oficial do Brasil, um valor que não leva em consideração as movimentações com criptomoedas.

A prisão vem pouco após decisão da Justiça Estadual do Paraná de decretar a falência da Rental Coins, empresa fundada por Francisley suspeita de operar como pirâmide financeira. O investigado ficou famoso após Sasha Meneghel, filha da apresentadora Xuxa, ter entrado na Justiça acusando a Rental Coins de ter lhe causado prejuízo de R$ 1,2 milhão.

Organização criminosa ativa

Segundo a Polícia Federal, as investigações mosram que, dias após a deflagração da operação policial de outubro, o Sheik passou a realizar encontros frequentes, em sua residência em Curitiba, com funcionários de suas empresas.

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Uma das empregadas é a gerente financeira de seu grupo, enquanto que outro empregado identificado é o responsável pelo designer gráfico das plataformas virtuais criadas pelo investigado para prática das fraudes.

Para a PF, esses encontros com o designer da empresa são especificamente a constatação que a organização criminosa continuava ativa e promovendo atos criminosos.

Pirâmide da Rental Coins

Francisley é acusado de iludir milhares de vítimas que acreditavam nos serviços prometidos através de suas empresas, como a Rental Coins. Com essa companhia, ele promovia um suposto serviço de aluguel de criptoativos com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido.

Alegando vasta experiência no mercado de tecnologia e criptoativos, ele teria iludido os clientes informando possuir uma grande equipe de traders que realizariam operações de investimento com as criptomoedas alugadas e, assim, gerariam lucro para suportar o pagamento dos rendimentos.

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Todas as promessas de investimento, no entanto, seriam uma farsa. Em reportagem do Fantástico exibida no último domingo, o delegado da Polícia Federal, Filipe Hille Pace, apontou que o esquema de Francisley era uma pirâmide clássica: não havia nenhum investimento, apenas dinheiro de novos clientes pagando os antigos.

“Não existe qualquer registro de que os valores ingressavam e eram realizadas operações de trading, de investimento em criptomoedas. O que reforça indícios que confirmam a prática dessa fraude, de que ele não investia o dinheiro das vítimas”, conclui o delegado.

O “Sheik” e os outros membros da organização são acusados de praticar crimes contra a economia popular e o sistema financeiro nacional, de estelionato, de lavagem transnacional de dinheiro e de formação de organização criminosa.

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