PF investiga quadrilha que roubou R$ 18 milhões da Caixa Econômica e comprou criptomoedas

Ação da quadrilha lembra roubo de R$ 30 milhões do Santander no início ano
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Foto: Shutterstock

Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (16) uma operação contra uma quadrilha que fraudava contas bancárias da Caixa Econômica Federal de prefeituras do interior do Mato Grosso e usava parte do dinheiro para comprar criptomoedas

Conforme um comunicado de imprensa da PF, a chamada Operação Dois Fatores partiu de uma denúncia de roubo do banco via internet banking que deu um prejuízo de R$ 2 milhões de uma conta bancária da prefeitura de Pontes e Lacerda, a 443 km de Cuiabá. “Em um intervalo de quatro dias o prejuízo potencial dos ataques cibernéticos a prefeituras foi superior a R$ 18 milhões”, diz nota.

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A operação buscou prender os operadores das fraudes e coletar provas sobre os crimes. Além disso, tinha como objetivo apreender os bens obtidos com os roubos e recuperar os valores convertidos em criptomoedas. Não se sabe se a operação foi bem-sucedida nesse aspecto — procurada pela reportagem, a PF não se manifestou sobre o caso.

Funcionamento da quadrilha

A organização era composta, segundo o comunicado, por hackers, funcionários de operadoras de telefonia e pessoas distribuídas em diversas localidades do país.

“As investigações apontam que os principais ataques cibernéticos eram direcionados a servidores ocupantes do primeiro escalão das prefeituras municipais. A partir daí a organização realizava transferências bancárias para contas de beneficiários diversos, pagamento de boletos e conversão em criptomoedas, dilapidando, rapidamente, o patrimônio do ente municipal”, diz o texto.

O nome da operação é uma referência à metodologia de autenticação em dois fatores, que é uma uma etapa adicional de segurança no processo de acesso às contas. A primeira etapa é, em regra, uma senha de acesso.

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Cerca de 70 policiais federais cumpriram, ao todo, 28 mandados judiciais, sendo 11 de prisão e 17 de busca e apreensão em seis unidades da Federação (Goiás, Pará, São Paulo, Maranhão, Bahia e Distrito Federal).

Roubo do Santander

O procedimento da quadrilha é similar ao que aconteceu com as contas da metalúrgica Gerdau dentro do Santander em abril deste ano. Na ocasião, um grupo conseguiu roubar R$ 30 milhões da empresa e converter parte do dinheiro em criptomoedas. Uma fraude que chegou a causar estranheza por parte dos investigadores.