Operação quebra mercado russo Hydra na deep web e confisca na US$ 25 milhões em bitcoin

Governo americano também sancionou a operações Hydra, da Rússia, e Garantex, da Estônia, e identificou mais de 100 endereços criptos associados a crimes
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Foto: Shutterstock

O Gabinete de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Tesouro dos EUA sancionou a Hydra Market, operação russa de lavagem de dinheiro na deepweb, e a exchange de criptomoedas com sede na Estônia Garantex.

Segundo comunicado da entidade na terça-feira (05), a medida ocorreu após ações de autoridades policiais americanas e alemãs que culminaram na derrubada de servidores e apreensão de US$ 25 milhões em bitcoin.

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“Nossas ações hoje enviam uma mensagem aos criminosos de que eles não podem se esconder na deepweb, em fóruns, na Rússia, ou em qualquer outro lugar do mundo. Em coordenação com aliados e parceiros, como Alemanha e Estônia, continuaremos a interromper essas redes”, disse em nota a secretária do Tesouro, Janet Yellen.

Aproximadamente 86% de bitcoins oriundos de práticas ilícitas recebidos por corretoras russas no ano passado  ilícito recebido diretamente pelas exchanges de moedas virtuais russas em 2019 vieram da Hydra.

“Antes da ação de hoje, a receita da Hydra havia aumentado drasticamente de menos de US$ 10 milhões em 2016 para mais de US$ 1,3 bilhão em 2020”, ressalta a nota, que tacha a Rússia de “paraíso para cibercriminosos”.

Acerca da Garantex, o OFAC disse que a maioria de suas operações são realizadas a partir de Moscou, inclusive na Federation Tower, e em São Petersburgo. A entidade apurou que  mais de US$ 100 milhões em transações ilícitas estão associadas à exchange.

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De acordo com o OFAC, as recentes ações estão em consonâncias com outros órgãos do governo americano focados no combate a crimes cibernéticos que envolvem ransomwares — um tipo de vírus que permite ao invasor tomar o controle de sistemas de informática e criptografá-lo.

Nesses crimes, o hacker geralmente exige bitcoin ou alguma outra criptomoeda para descriptografar o sistema.

EUA no combate a ataque cibernéticos

Representantes dos governos de Brasil, Estados Unidos, União Europeia e mais 29 países se comprometeram a endurecer o combate aos ransomwares — ataques hackers no qual os criminosos pedem pagamento para não divulgar dados ou interromper um serviço.

O compromisso firmado foi divulgado em um comunicado oficial da Casa Branca, e afirma que os governos “reconhecem a necessidade de ação urgente, definição de prioridades comuns e esforços complementares” para diminuir o risco de ransomware.