A Native Markets foi escolhida no domingo (14) como a detentora oficial do ticker da stablecoin USDH, após uma votação de governança entre validadores da Hyperliquid.
A recém-criada empresa superou concorrentes mais estabelecidos após os mercados de previsão e o apoio dos validadores penderem fortemente a seu favor, encerrando uma das decisões de governança mais acompanhadas do setor cripto neste ano.
A Ethena, antes considerada uma forte candidata, retirou-se da disputa na quinta-feira. A empresa citou feedbacks de validadores e membros da comunidade que questionaram se sua proposta — baseada em uma infraestrutura não nativa — atendia ao espírito da competição.
Com a saída da Ethena, as probabilidades de vitória da Native Markets nos mercados de previsão ultrapassaram 90%, abrindo caminho para sua vitória, enquanto a Paxos ficou para trás mesmo após revisar sua proposta no meio da semana.
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Apesar da ampla concordância, o processo de votação recebeu críticas.
Observadores argumentaram que o cronograma reduzido para envio de propostas, aliado aos laços dos validadores com a infraestrutura existente da Hyperliquid, favoreceu a Native Markets de forma desproporcional.
Como será o lançamento da USDH?
Max Fiege, fundador da Native Markets, detalhou em um comunicado no domingo que o lançamento da USDH ocorrerá em fases.
A primeira etapa será a introdução de uma Proposta de Melhoria da Hyperliquid, após a qual as operações de emissão e resgate da USDH começarão em um teste controlado.
Os participantes iniciais terão um limite de cerca de US$ 800 por transação, com o objetivo de testar a robustez do sistema. Após a conclusão das verificações iniciais, o livro de ordens à vista USDH/USDC será aberto na Hyperliquid, seguido pela liberação completa das funcionalidades de emissão e resgate para todos os usuários.
Com a Native Markets garantindo o ticker da USDH, a votação de governança amplamente acompanhada “consolida a Hyperliquid como um ecossistema em rápido crescimento”, mas também evidencia a “intensificação da concorrência entre as stablecoins”, afirmou Vincent Liu, diretor de investimentos da Kronos Research, ao Decrypt.
As decisões lideradas por governança e a nova liquidez injetada na Hyperliquid mostram que “as stablecoins continuam centrais para a próxima fase de adoção global das criptomoedas”, acrescentou Liu.
Por que Native Markets venceu?
A Native Markets foi a favorita durante toda a disputa. Sua proposta destacou um alinhamento nativo com a Hyperliquid: reservas em caixa e títulos do Tesouro dos EUA gerenciados fora da blockchain pela BlackRock.
As reservas tokenizadas, por sua vez, serão administradas on-chain pela Superstate, por meio da Bridge, provedora de infraestrutura de stablecoin da Stripe.
A equipe também se comprometeu a dividir igualmente todo o rendimento das reservas entre o Fundo de Assistência da Hyperliquid e o crescimento do ecossistema.
Os apoiadores da proposta incluem operadores e investidores com passagens por empresas como Uniswap Labs, Paradigm e Polychain. Esses fatores, somados ao apoio antecipado de validadores como o grupo CMI Trading, deram à Native Markets uma vantagem decisiva.
Ainda assim, o maior desafio da USDH será “romper com a dominância do USDC e do USDT, onde adoção e liquidez ainda reinam soberanas”, observou Liu.
“Transparência sobre as reservas e uma governança forte e unificada serão vitais para conquistar a confiança duradoura”, afirmou ele, ressaltando que o futuro da USDH dependerá fortemente “da sua capacidade de competir mantendo a estabilidade”.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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