Manhã Cripto: Terra promete ressuscitar blockchain; nova lei nos EUA aperta cerco contra DeFi e Apple prepara rival do ChatGPT

Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) registram ganhos tímidos enquanto XRP continua com tendência de alta
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(Foto: Shutterstock)

As maiores criptomoedas são negociadas no azul nesta quinta-feira (20), embora com ganhos tímidos. Nos mercados acionários, investidores reagem aos números abaixo do esperado nos balanços da Netflix e da Tesla que, no entanto, não mexeu em seus ativos digitais no segundo trimestre. 

O Bitcoin (BTC) avança 1,1% nas últimas 24 horas, para US$ 30.304,62, segundo dados do Coingecko.  

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Em reais, o BTC ganha 0,7%, negociado a R$ 145.722,60, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

O Ethereum (ETH) mostra estabilidade, com leve alta de 0,5%, cotado a US$ 1.918,70.  

XRP dá continuidade ao bom desempenho e registra alta de 3,9% nas últimas 24 horas. 

Apesar de a blockchain de XRP enfrentar críticas por ainda ser muito centralizada, analistas dizem que o preço do token está acima de seu nível de resistência, marcando uma tendência de valorização, enquanto o Bitcoin precisa superar o próximo nível de resistência de US$ 31,9 mil para embarcar em um rali, de acordo com análise do CoinDesk

Outras altcoins ainda pegam carona nos ganhos do XRP nesta quinta, entre elas BNB (+1%), Cardano (+2,3%), Dogecoin (+5,1%), Polkadot +3,9%), Avalanche (+2,6%) e Shiba Inu (+1,3%). 

Polygon (+6%) e Solana (+3,3%) lideraram uma rodada de captação de US$ 30 milhões para a startup de web3 Cosmic Wire, segundo o The Block

Bitcoin hoje 

O Bitcoin voltou a estacionar em uma faixa de negociação estreita na esteira das propostas de fundos de índice (ETFs) de BTC à vista e a vitória parcial da Ripple, emissora do XRP, em sua disputa com a SEC, a CVM dos EUA. 

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A reguladora já aceitou revisar seis pedidos de registros de ETFs de Bitcoin spot, segundo a Reuters, também incluindo Bitwise, VanEck, WisdomTree, Fidelity e Invesco, além da BlackRock. 

Relatório de pesquisa da NYDIG destaca que, se aprovados, esses ETFs podem trazer uma demanda de US$ 30 bilhões para o Bitcoin. 

À espera da decisão da SEC, que ainda pode levar meses, traders de ativos digitais aguardam o próximo catalisador. 

Em e-mail ao CoinDesk, Lex Sokolin, sócio-gerente do fundo de investimentos em web3 Generative Ventures, escreveu que a letargia dos mercados nos últimos dias reflete sua natureza cíclica. Frequentemente, há “ganhos em antecipação e em resposta às notícias e, em seguida, um ‘sell-off’ quando as notícias positivas são incorporadas ao preço”, escreveu Sokolin, em referência aos períodos de vendas aceleradas de ativos.  

Projeto de lei de criptomoedas nos EUA 

Um grupo bipartidário de senadores nos EUA apresentou um projeto de lei para endurecer as regras existentes destinadas a combater a lavagem de dinheiro e a evasão de sanções, especificando como se aplicam às finanças descentralizadas (DeFi). 

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De acordo com o The Block, a nova lei apresentada na terça-feira (18) também visa fortalecer a capacidade do Departamento do Tesouro dos EUA de aplicar essas regras para projetos DeFi. 

“Esta legislação reforça as ferramentas do Departamento do Tesouro para proteger nossa segurança nacional e econômica. Cartéis de drogas, traficantes de sexo e afins não deveriam poder usar plataformas DeFi para evitar a Justiça – suas vítimas merecem mais”, disse em comunicado o senador Jack Reed, que apresentou o PL e é membro do Comitê Bancário do Sendo. 

O projeto também responsabilizaria empresas de capital de risco que investem no setor por violação das sanções, conforme a Bloomberg

Aliás, empresas de venture capital estão cada vez mais ariscas ao espaço cripto. A Sequoia Capital, por exemplo, reestruturou a equipe e vai ficar sem dois investidores do setor. 

O antigo sócio Michael Moritz está deixando o grupo para se concentrar na Sequoia Heritage, uma empresa de gestão de patrimônio que ele ajudou a fundar, disse a Sequoia na quarta-feira (19). Outro sócio sênior, Mike Vernal, também está saindo, junto com Michelle Fradin, uma das investidoras da empresa que apostou na FTX, e os sócios Kais Khimji e Daniel Chen, informou a Bloomberg

Outros destaques das criptomoedas  

Com seu cofundador Do Kown preso, a Terraform Labs agora tem um novo CEO interino: Chris Amani, que já ocupou os cargos de diretor de operações e de finanças da empresa de criptomoedas, segundo o Wall Street Journal. Do Kwon enfrenta acusações de fraude decorrentes do colapso de US$ 40 bilhões das criptomoedas TerraUSD e Luna. 

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A Terraform Labs busca assegurar que as operações seguem normalmente enquanto o ex-CEO da empresa está preso em Montenegro. Tanto os EUA quanto a Coreia do Sul pedem sua extradição. De acordo com a reportagem, a companhia mira uma estratégia longo prazo para ressuscitar a blockchain Terra. Amani disse ao jornal que a plataforma desenvolverá aplicativos “que fornecem utilidade real” e compartilhará mais detalhes de seus planos nos próximos meses. 

Enquanto isso, a FTX, ex-império de Sam Bankman-Fried que também ruiu no ano passado, tenta recuperar mais de US$ 71 milhões das unidades de filantropia e ciências da vida da corretora cripto, de acordo com documentos registrados na quarta-feira (19). Advogados do novo comando da FTX alegam que as intenções de Bankman Fried não eram altruístas:  

“Embora pretendesse fazer esses investimentos para fins altruístas (por exemplo, prevenção e preparação para uma pandemia), Bankman-Fried na verdade buscou essas transações porque acreditava que isso geraria boa vontade e acumularia capital político e influência para si mesmo”, disseram os advogados no documento publicado pelo CoinDesk

E a Apple trabalha em silêncio no desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial que podem desafiar os recursos da OpenAI, do Google e outras rivais, mas a empresa ainda não elaborou uma estratégia clara para liberar a tecnologia para consumidores, disseram fontes à Bloomberg

A fabricante do iPhone teria desenvolvido sua própria estrutura para criar grandes modelos de linguagem. Com essa base, conhecida como “Ajax”, a Apple também criou um serviço de chatbot que alguns engenheiros chamam de “Apple GPT”. Um porta-voz da Apple não comentou.