Manhã Cripto: ETF de DOGE será lançado nos EUA como o 1º a manter ativo “sem utilidade”

Especialista afirma que o consenso de prova de trabalho do Dogecoin dá a ele uma vantagem técnica em relação a memecoins com prova de participação, como Shiba Inu e Pepe

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Um fundo de índice inédito de Dogecoin está prestes a estrear nos mercados dos Estados Unidos nesta quinta-feira (11), com Eric Balchunas, analista da Bloomberg, destacando o Rex-Osprey Doge ETF (código: DOJE) como o veículo de lançamento.

“Tenho quase certeza de que este é o primeiro ETF dos EUA a manter algo que não tem utilidade de propósito”, tuitou Balchunas na terça-feira, ao anunciar a estreia do fundo.

O fundo deve ser listado utilizando a estrutura da Lei das Sociedades de Investimento de 1940, a mesma que a REX-Osprey usou anteriormente para o seu ETF de SOL + Staking (SSK), em vez da rota da Lei de Valores Mobiliários de 1933, mais comum entre trusts de commodities.

Ganesh Mahidhar, profissional de investimentos da Further Ventures, disse ao Decrypt que “ETFs sob a Lei de 1940 têm mandatos em torno da diversificação e exigências de governança mais amplas, em comparação com aqueles lançados sob a Lei de 1933”.

“De certa forma, regulá-lo sob a Lei de 1940 oferece mais proteção ao investidor e impõe uma estrutura de investimento registrada à SPV que o oferece”, acrescentou.

Ele explicou que essa estrutura “classifica o ETF como sendo mais semelhante a ETFs de ações e títulos, em comparação com o ETF de Bitcoin, que se assemelha a um ETF de commodities”.

No entanto, a classificação como memecoin levanta dúvidas sobre se outras criptomoedas semelhantes também receberão aprovações similares.

O Dogecoin “segue o consenso de prova de trabalho, assim como o Bitcoin”, e “possui um piso em termos de energia consumida para produzi-lo”, observou Mahidhar.

“Isso separa o Dogecoin de Shiba Inu e Pepe, que rodam com prova de participação e ‘não têm a mesma base’, tornando-os mais vulneráveis devido à ‘falta de utilidade’, embora Mahidhar tenha destacado que projetos de app-chain e de segunda camada ainda possam impulsionar casos de uso em jogos ou apostas.”

Para quem é esse ETF?

Portfólios institucionais “provavelmente não tocarão esses ETFs neste momento”, mas se o valor de mercado deles se tornar significativo, “há uma possibilidade de que passem a receber alguma atenção”, afirmou.

“O que importa mais nesse caso é a ação de preço e a volatilidade — e uma eventual utilidade, se isso acontecer”, acrescentou o profissional de investimentos.

A listagem ocorre enquanto mais de 90 propostas de ETFs de criptomoedas aguardam decisões da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), incluindo pedidos pendentes para fundos de Solana e XRP com prazos que se estendem até outubro.

A REX Shares também entrou com pedidos para diversos ETFs de criptoativos em janeiro, incluindo produtos relacionados a Donald Trump, BONK e Dogecoin adicionais, poucos dias após a saída de Gary Gensler da SEC.

Sobre a agenda lotada da SEC, Mahidhar acrescentou que é um “firme defensor” de que os ETFs são o formato universal e não vê motivo para que “qualquer ETF desse tipo não seja aceito”, à medida que os mercados migram de conceitos baseados em fluxo de caixa para modelos baseados em liquidez.

O DOGE está sendo negociado por cerca de US$ 0,24 nesta quarta-feira (10), com leve queda de 0,4% no dia, mas alta de 11,7% na semana, segundo dados do CoinGecko.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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