Manhã Cripto: Clientes sacam US$ 2,7 bilhões da Binance em meio à crise de BUSD; Paxos pode defender token na Justiça

Bitcoin (BTC) anda de lado à espera de dados sobre inflação nos EUA; Foxbit lança serviço de staking e Magic Eden demite 15% da equipe
Telas mostrando gráficos do mercado financeiro

Shutterstock

O mercado de criptomoedas opera sem um rumo claro nesta terça-feira (14), mantendo a cautela diante da ação de reguladores nos EUA e no aguardo de dados de inflação na maior economia do mundo, uma postura de expectativa que também marca as negociações nas bolsas internacionais. 

O Bitcoin (BTC) opera estável nas últimas 24 horas, cotado a US$ 21.715,08. Em reais, o BTC ainda cai 1,3%, negociado a R$ 112.743,23, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

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O Ethereum (ETH) sobe 1,2%, para US$ 1.501,31, segundo dados do Coingecko. 

As principais altcoins ensaiam altas, entre elas XRP (+0,7%), Cardano (+3,1%), Dogecoin (+1,4%), Polygon (+0,4%), Solana (+3,3%), Polkadot (+1,6%), Shiba Inu (-0,2%), e Avalanche (+2,5%). 

Stablecoin da Paxos e Binance no limbo 

O token BNB da Binance, que liderava as perdas entre as altcoins com queda de 7% nesta madrugada, opera estável nas últimas 24 horas. A stablecoin BUSD, que leva a marca da Binance, mas é administrada pela Paxos, ainda oscila, cotada a US$ 0,999, mostram dados do CoinGecko. 

Na segunda-feira (13), seguindo uma ordem do Departamento de Serviços Financeiros de Nova York (NYDFS), a Paxos confirmou que vai parar de emitir a BUSD, um token garantido por reservas em dólares e que tem paridade 1:1 com a moeda americana. Após o anúncio, a empresa queimou 200 milhões de tokens BUSD, provavelmente para valorizar o ativo e manter a paridade. 

Um porta-voz do NYDFS disse em e-mail à Reuters que a Paxos não foi capaz de administrar o token de maneira segura e que “violou sua obrigação de conduzir avaliações de risco periódicas personalizadas e atualizações de diligência prévia de clientes da BUSD, emitida pela Binance e Paxos, para impedir que ‘bad actors’ usem a plataforma”.  

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Além de ser obrigada a suspender a emissão da BUSD, a Paxo também pode ser processada pela SEC, a CVM dos EUA, segundo a qual a stablecoin é um valor mobiliário não registrado, disseram pessoas ao Wall Street Journal

No entanto, a Paxos promete enfrentar a SEC nos tribunais se necessário: “A Paxos discorda categoricamente da equipe da SEC, porque a BUSD não é um valor mobiliário sob as leis federais”, disse a empresa em comunicado divulgado pelo Decrypt

Alguns especialistas ouvidos pelo CoinDesk dizem que a decisão de proibir a emissão da BUSD pela Paxos não é muito clara, já que é regulada pelo NYDFS. Ao mesmo tempo, a emissora da Tether busca manter segredo sobre as reservas que garantem a USDT, a maior stablecoin do mercado, destaca o portal de notícias

Saques na Binance 

Em meio às incertezas, cerca de US$ 2,7 bilhões foram sacados da Binance entre domingo e segunda-feira (13), segundo dados da Nansen divulgados pelo Wall Street Journal. 

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E, com a suspensão da emissão da BUSD pela Paxos, a comunidade do protocolo de finanças descentralizadas (DeFi) Aave estuda congelar a stablecoin na plataforma, já que “não há perspectiva de crescimento”, de acordo com uma proposta.  

‘Operação sufocamento’ 

Depois de ficar anos à margem do mercado, reguladores nos EUA agora buscam cortar acesso a alguns produtos e serviços que são vitais para o mercado de criptoativos, o que assusta investidores.  

Antes da Paxos, a Kraken também foi alvo de reguladores e teve que suspender a oferta de staking de criptomoedas, que oferece renda passiva a usuários que depositam seus tokens e validam transações em uma blockchain. 

Além disso, o presidente dos EUA, Joe Biden decidiu indicar a vice-presidente do Federal Reserve, Lael Brainard, como sua principal conselheira econômica, disseram pessoas com conhecimento do assuntoà Bloomberg. Brainard é conhecida por sua postura crítica em relação ao setor de criptoativos, tendo destacado as “sérias vulnerabilidades do sistema financeiro cripto” em discurso no ano passado. 

A exemplo da chamada Operação “Choke Point”, que cortou o acesso de sites de poker ao sistema bancário americano, rumores de uma “Choke Point II”, com o foco na negociação de criptomoedas em solo americano, não são infundados, destaca a equipe de pesquisa do MB em análise publicada pelo Portal do Bitcoin

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Apesar da volatilidade esperada nos próximos dias, “no longo prazo, o sufocamento da indústria cripto nos Estados Unidos não preocupa tanto, pois já vimos em outros casos, como a proibição na China, que este mercado é resiliente e consegue se adaptar a situações adversas”, avaliam os analistas. 

Outros destaques das criptomoedas 

O Magic Eden, marketplace de tokens não fungíveis (NFTs) demitiu 22 pessoas, o equivalente a cerca de 15% da equipe com base nos 141 funcionários listados no LinkedIn, de acordo com o The Block. A Magic Eden é a mais recente empresa de criptomoedas a enxugar o quadro de funcionários.

No mês passado, a Coinbase cortou 20% da equipe, a Luno, do Digital Currency Group, demitiu 35% dos empregados, e a Genesis mandou embora 30% da força de trabalho. “A Magic Eden tomou a difícil decisão de demitir 22 colegas da equipe como parte de um esforço de reestruturação em toda a empresa”, disse o CEO Jack Lu em comunicado. 

Processos civis movidos pelos reguladores dos EUA contra o ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, podem ser adiados até a conclusão do processo criminal conduzido pelo Departamento de Justiça dos EUA, decidiu um juiz na segunda-feira. Bankman-Fried enfrenta acusações criminais, como fraudar clientes e violar as leis de financiamento de campanha. 

E Bankman-Fried tem usado uma rede privada virtual (VPN) para acessar a internet, disseram promotores dos EUA, o que pode complicar ainda mais as condições de sua liberdade condicional, de acordo com o CoinDesk. O advogado de SBF respondeu que ele acessou a VPN para assistir a jogos de futebol americano e ao Super Bowl, com uma assinatura internacional. 

Apesar do aperto regulatório nos EUA contra o serviço de staking de criptomoedas, a corretora Foxbit lançou no Brasil o Foxbit Earn, um serviço de staking para 15 criptoativos que são validados pelo método de Prova de Participação (PoS, na sigla em inglês), informou o Valor. A ideia é fechar a distância em relação às corretoras estrangeiras como a Binance, que já oferecem essa opção a seus clientes. 

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O empresário do ramo das criptomoedas, blockchain e NFT Andreas Blazoudakis disse na segunda-feira (13) que comprou parte da Me Poupe!, de Nathalia Arcuri. O anúncio ocorre duas semanas depois de a empresa da influencer demitir 50% dos funcionários. Blazoudakis escreveu no Linkedin que sua empresa, a Netspaces, havia assumido uma posição acionária na Me Poupe!, e que ele participaria da refundação do negócio e também assumiria um papel-chave como Co-CEO.  

A Taurus, uma empresa suíça que desenvolve infraestrutura de mercado para ativos digitais, levantou US$ 65 milhões em uma rodada liderada pelo Credit Suisse, segundo a Bloomberg. Deutsche Bank, Pictet Group, Arab Bank Switzerland e Investis Holding também participaram do financiamento, de acordo com comunicado da empresa. O acordo avalia a Taurus em várias centenas de milhões de dólares, disse uma pessoa com conhecimento do assunto. 

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