Após uma sessão de forte volatilidade em meio a rumores de venda em massa de Bitcoins e liquidações, as maiores criptomoedas operam com estabilidade nesta quinta-feira (27).
O Bitcoin (BTC) mostra leve alta de 0,9% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 28.952,92, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC avança 1,7%, para R$ 146.529,87, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) sobe 0,6%, negociado a US$ 1.886,67.
As principais altcoins operam em direções opostas, entre elas BNB (-2,5%), XRP (-2,2%), Cardano (+2,5%), Dogecoin (-1%), Polygon (-1,4%), Solana (-2,2%), Polkadot (-2,7%), Shiba Inu (-1,7%) e Avalanche (-1,1%).
Balanço da Meta
Os índices futuros das bolsas americanas apontam para uma abertura no azul: investidores reagem ao balanço da Meta, outra gigante de tecnologia que trouxe boas notícias na quarta-feira (26), apesar da persistente preocupação de investidores com a saúde do setor bancário nos EUA.
As ações da dona do Facebook e do Instagram chegaram a subir 12% no after-market, após resultados que mostraram recuperação da receita com anúncios. Apesar do prejuízo acima do esperado da divisão Reality Labs, o número de usuários aumentou, de acordo com a Bloomberg.
Com a retomada da divisão de publicidade, a Meta reforça a aposta em inteligência artificial (AI) e realidade virtual.
“Há uma oportunidade de introduzir agentes de IA a bilhões de pessoas de maneiras que serão úteis e significativas”, melhorando os chats de atendimento ao cliente com empresas, o processo de criação de anúncios e a experiência de jogos em realidade virtual, disse o CEO da Meta, Mark Zuckerberg.
Bitcoin hoje
Em meio ao receio de novas falências de bancos nos EUA diante de números preocupantes do First Republic, o Bitcoin chegou a “beliscar” os US$ 30 mil na quarta-feira.
Mas a maior criptomoeda deu um mergulho até US$ 27.264 no fim do dia, com traders perdendo aproximadamente US$ 310 milhões em 24 horas devido a liquidações, que atingiram tanto posições compradas (que apostam na alta dos preços) quanto vendidas (que lucram na baixa), mostram dados da Coinglass.
Rumores de vendas de Bitcoins pelo governo americano e pela exchange cripto Mt.Gox também podem ter contribuído para a volatilidade, aponta o CoinDesk.
No entanto, a empresa de dados on-chain Arkham Intelligence, que inicialmente enviou os alertas, disse posteriormente que os rumores não devem ter sido a causa do pânico, já que foram enviados a um pequeno grupo de usuários muito depois da queda do BTC.
Análise da equipe do MB Research publicada pelo Portal do Bitcoin destaca que a correção dos últimos dias é fruto de um movimento normal de realização de lucros. Agora, investidores devem continuar de olho no cenário macro e nas variações da dominância do Bitcoin para avaliar oportunidades, segundo os analistas.
“As métricas on-chain nos mostram que os investidores de longo prazo aproveitaram a oportunidade com a queda recente e aumentaram significativamente suas posições. A convicção desta classe de investidores, aliada ao saldo cada vez menor de Bitcoin em exchanges, pinta o cenário perfeito para uma continuação do rali com o crescimento da demanda pelo ativo.”
ETF de Bitcoin da Grayscale
A Grayscale Investments espera uma decisão até o final do terceiro trimestre se poderá transformar seu Grayscale Bitcoin Trust (GBTC) em um fundo de índice, ou ETF, disse na quarta-feira (26) o CEO da gestora de ativos, Michael Sonnenshein, durante a conferência Consensus 2023 em Austin, Texas, promovida pelo CoinDesk.
No ano passado, a SEC, a CVM dos EUA, rejeitou o pedido da Grayscale para converter em ETF o GBTC, o maior fundo de Bitcoin do mundo com ativos de US$ 17,5 bilhões.
A Grayscale, controlada pelo Digital Currency Group, que também é dono do CoinDesk, abriu um processo contra SEC sobre a decisão.
Com a conversão, a Grayscale espera reduzir o desconto do GBTC, já que o valor de mercado do fundo está muito abaixo do preço dos bitcoins em sua carteira.
Ainda na Consensus, o ex-presidente da Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC) Chris Giancarlo pareceu endereçar um tom crítico à atual investida regulatória contra a indústria cripto nos EUA, dizendo que, se tiverem vontade, reguladores podem dialogar com os atuais players.
Presente ao evento, a diretora-presidente da gestora de ativos Franklin Templeton, Jenny Johnson, afirmou que é importante o setor aceitar que mais regras estão por vir – quer goste ou não. Segundo a executiva, o futuro da indústria cripto “será regulado” e criptomoedas como o Bitcoin são uma “distração” em relação à inovação real trazida pela tecnologia blockchain.
Mercado de Hong Kong
Enquanto reguladores nos EUA apertam o cerco, outras jurisdições buscam atrair players da indústria cripto.
A Comissão de Valores Mobiliários e Futuros de Hong Kong planeja esclarecer quais serão as regras para o setor no próximo mês, segundo a Bloomberg. O regulador vai divulgar diretrizes sobre o regime de licenciamento para exchanges de ativos virtuais em maio, disse a presidente da agência, Julia Leung, em evento.
Um processo de consulta para o marco regulatório que será aplicado às corretoras cripto obteve mais de 150 respostas, disse a executiva nesta quinta-feira.
Outros destaques das criptomoedas
A Associação Brasileira de Tecnologia para Comércio e Serviços (Afrac) criou uma coleção de tokens não fungíveis (NFTs) com dez modelos de tokens, que permitem acesso a eventos voltados a varejistas, estúdio de produção audiovisual, entre outros, conforme o Valor.
Paulo Guimarães Peguim, presidente da Afrac, disse que a iniciativa representa um primeiro passo na tokenização de negócios desenvolvidos por diferentes varejistas: “Temos assistido a uma transformação digital ágil, e os tokens não fungíveis estão despontando enquanto uma solução promissora para o varejo em diferentes etapas do negócio (…)”, destacou.
A Circle Internet Financial divulgou um novo método para transferir sua stablecoin USDC entre blockchains que, segundo a empresa, é mais rápido, seguro e barato do que as “pontes” amplamente usadas em finanças descentralizadas.
Chamada de “Cross-Chain Transfer Protocol”, ou CCTP, a tecnologia será usada inicialmente para transferências de USDC entre as blockchains Ethereum e Avalanche. Outras redes serão adicionadas no segundo semestre de 2023.
Ex-executivos do grupo de venture capital Andreessen Horowitz (a16z) vão abrir uma empresa de custódia de criptomoedas com foco em instituições, disse uma pessoa com conhecimento dos planos ao CoinDesk. Riyaz Faizullabhoy, ex-diretor de tecnologia da a16z, e Nassim Eddequiouaq, ex-diretor de segurança da informação, contam com a gigante de capital de risco entre os investidores no estágio inicial, disse a pessoa. A dupla deixou a a16z em fevereiro para se dedicar ao projeto de custódia.
Esteban Cabrera Da Corte, líder de um grupo em Miami acusado pelo Departamento de Justiça dos EUA de fraudar bancos em um esquema com criptomoedas em 2020, se declarou culpado por cometer fraude eletrônica.
Sob o esquema, bancos dos EUA processaram mais de US$ 4 milhões em estornos indevidos, enquanto uma exchange perdeu cerca de US$ 3,5 milhões em ativos digitais. Cabrera, de 26 anos, concordou em pagar uma restituição de US$ 3,6 milhões, com US$ 1,2 milhão também confiscados.
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