Manhã Cripto: Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) mergulham em meio a preocupações com a economia mundial

Preço do ETH derrete 7%, enquanto o BTC chegou a operar abaixo dos US$ 20 mil; Inflação, risco de recessão e juros altos ditam o rumo dos mercados
Mercado em baixa

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As maiores criptomoedas mostram baixas pesadas nesta quarta-feira (29), em linha com as perdas dos mercados acionários globais. O Bitcoin (BTC) cai pelo terceiro dia, com recuo de 4,7% e cotado a US$ 20.142, mostram dados do CoinGecko. Mais cedo, o preço do BTC chegou a recuar novamente para baixo dos US$ 20 mil. Já o Ethereum (ETH) tem desvalorização de 7%, negociado a US$ 1.120,43. 

No Brasil, o Bitcoin recua 4%, para R$ 106.284, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

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As altcoins acompanham o movimento nesta quarta-feira (29) com quedas para Binance Coin (-7,9%), XRP (-6,1%), Cardano (-4,9%), Solana (-9,7%), Dogecoin (-10%), Polkadot (-7,3%), Shiba Inu (-11,2%) e Avalanche (-8,3%).

Lucas Passarini, trader do MB, destaca que as negociações nos últimos dias mostram que o mercado cripto tem conseguido dar apenas “pequenos respiros” antes de testar momentos de baixa ainda maiores, segundo análise do Valor.

Inflação, risco de recessão e juros altos novamente ditam o rumo dos mercados. O rali impulsionado pela flexibilização das regras de quarentena na China teve vida curta, e as bolsas na Ásia fecharam a sessão no vermelho. Na terça-feira (28), as bolsas dos Estados Unidos caíram pelo segundo dia, e o Nasdaq, focado em ações de tecnologia, encerrou em baixa de quase 3%, na esteira do relatório que mostrou americanos preocupados com os rumos da economia.

Correlação

Hoje o mercado fica de olho nos dados sobre o PIB dos EUA e também nas declarações dos presidentes do Banco Central Europeu, Federal Reserve e Banco da Inglaterra, que falam em fórum do BCE realizado em Sintra, Portugal.

Na opinião de Brian Brooks, que trabalhou no Escritório da Controladoria da Moeda durante o governo Trump, os preços dos criptoativos devem ser vistos mais como ações do setor de Internet do que relacionados à taxa de câmbio. Agora CEO do Bitfury Group, Brooks disse que o maior equívoco sobre as criptomoedas é pensar que, se “não estão fazendo um bom trabalho de substituir o dólar, então estariam falhando em sua missão”, afirmou à CNBC.

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Outros destaques

Depois de oferecer linhas de crédito para empresas cripto em crise como BlockFi e Voyager Digital, Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, sabe que não há garantia de que poderá recuperar seus investimentos. “Estamos dispostos a fazer um mau negócio se isso for preciso para estabilizar as coisas de alguma forma”, afirmou em entrevista à Forbes. O bilionário negou conversas para a aquisição da plataforma Robinhood, mas alertou que algumas corretoras cripto podem quebrar. “Existem algumas exchanges de terceiro nível que já estão secretamente insolventes”, disse Bankman-Fried.

Um bate-boca público chamou a atenção da comunidade cripto na terça-feira (28). O CEO da corretora cripto CoinFlex, Mark Lamb, apontou um culpado para o problema de liquidez da empresa, que travou saques de clientes neste mês:  Roger Ver, o fundador do Bitcoin Cash e mais conhecido como “Jesus do Bitcoin”. “Roger Ver deve US$ 47 milhões em (stablecoins) USDC à CoinFlex”, tuitou Lamb. Ver afirmou no Twitter que rumores sobre uma dívida não paga eram infundados e que uma “contraparte” é que lhe devia “uma quantia significativa”. Lamb rebateu dizendo que o conteúdo do tuíte era “falso” e que a CoinFlex não lhe deve nada.

Luis Stuhlberger, CEO e diretor de investimentos da Verde Asset Management, se prepara para um período mais longo de inflação e juros elevados no Brasil, independentemente de quem ganhar as eleições presidenciais este ano, segundo a Bloomberg. Sobre investimentos no setor cripto, o executivo disse que chegou a montar uma posição no ETF Hashdex Nasdaq Crypto Index, “mas vendi quando os preços estavam em alta. O debate cripto acaba refletindo a busca por portos seguros”, disse sobre investimentos de menor risco.

A empresa de investimentos canadense Cypherpunk Holdings vendeu todas as suas posições em Bitcoin e Ethereum, segundo comunicado. As vendas (quase 206 mil ETH e cerca de 215 mil BTH) somaram US$ 5 milhões. O presidente e CEO da Cypherpunk, Jeff Gao, citou a crescente volatilidade do mercado, que torna os investimentos em tokens mais arriscados.

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Mas o inverno cripto não teria “congelado” o interesse de investidores no setor, de acordo com relatório do Bank of America divulgado pelo CoinDesk. Conversas com alguns dos 160 clientes do banco que participaram da conferência “Web3 & Digital Assets Day” indicaram que a “tecnologia blockchain e o ecossistema de ativos digitais vieram para ficar”.

Com essa perspectiva, a exchange cripto OKX planeja expandir a força de trabalho em 30%. Lennix Lai, diretor de mercados financeiros da plataforma com sede em Seychelles, acredita que uma equipe de 5 mil pessoas seria o número adequado.

Na contramão, a corretora cripto Huobi Global pode cortar o número de funcionários em mais de 30% devido à perda de usuários chineses, o que encolheu a receita da companhia, segundo informações do jornalista chinês Colin Wu publicadas no Twitter.

Já a plataforma brasileira de negociação de criptoativos BlueBenx planeja iniciar atividades em Portugal a partir de setembro, disse o CEO Roberto Cardassi ao Broadcast. Até o fim do ano, o plano é alcançar 25 mil clientes no país com uma equipe local de 15 pessoas. A corretora também estuda abrir uma unidade na Espanha.

O diretor global de desenvolvimento de negócios da Citadel Securities, Jamil Nazarali, vai deixar o cargo para comandar uma joint venture que a empresa está criando em parceria com a Virtu Financial, Charles Schwab e Fidelity Digital Assets, de acordo com memorando interno visto pela Bloomberg. A nova empresa tem o objetivo de aumentar o acesso de investidores a criptomoedas.

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Whit Gibbs e Jodie Fisher, respectivamente CEO e diretora financeira da Compass Mining, renunciaram aos postos na mineradora de Bitcoin, informou a empresa em comunicado por e-mail. O conselho nomeou o diretor de tecnologia, Paul Gosker, e o diretor de mineração, Thomas Heller, como copresidentes e CEOs interinos, enquanto a Compass seleciona candidatos para assumir os cargos. “A Compass Mining foi criada para tornar a mineração fácil e acessível”, disse o comunicado. “A empresa reconhece que houve vários reveses e decepções que prejudicaram esse objetivo (…)”.

Diante da inflação nas alturas, mineradores de Bitcoin “têm um grande problema [com] o aumento do custo da energia, e isso não vai acabar tão cedo”, disse Tancredi Cordero, CEO da firma de investimentos britânica Kuros, em entrevista ao Financial Times.

A Receita Federal da Argentina apreendeu milhares de máquinas de mineração de criptomoedas após descobrir um esquema de superfaturamento em uma importação que saiu da China com destino à cidade de La Plata.

Regulação, Cibersegurança e CBDCs

Golpes com criptomoedas que usam celebridades como isca devem dobrar este ano no Reino Unido, alerta a unidade britânica do Santander em relatório. O “volume de casos” aumentou 61% no primeiro trimestre em relação aos três meses anteriores, disse o Santander em comunicado. O valor médio dos golpes foi de 11.872 libras esterlinas (US$ 14.540), um salto de 65% na comparação anual. O bilionário britânico Richard Branson está entres as “iscas” mais usadas pelos golpistas nas fraudes.

No Brasil, o número de crimes de estelionato digital deu um salto de quase 500% entre 2018 e 2021, de acordo com o jornal O Globo. Em números absolutos, passou de 7.591 para 60.590 no período. Em 2020, houve 34.713 casos comparados a 14.677 no ano anterior.

Cecilia Skingsley, primeira vice-presidente do Sveriges Riksbank, o banco central da Suécia, acredita que as autoridades monetárias vão criar restrições para o acesso às suas moedas digitais por estrangeiros. Em Sintra para o fórum do BCE, Skingsley disse ao CoinDesk que nem todos os países jogam limpo, o que complica a interação entre as moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) e outros sistemas de pagamentos.

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Metaverso, Games e NFTs

O Rio de Janeiro será a sede do primeiro grande evento internacional sobre tokens não fungíveis do país. O NFT.Rio ocorrerá entre os dias 30 de junho e 3 de julho na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, com importantes nomes do universo digital como Caio Vicentino, Marimoon, Rita Wu e Bruno Natal. Durante o evento, o MB vai trazer novidades ligadas ao seu projeto de “NFTs de Impacto”.

Os interessados poderão fazer compras diretas de NFTs ou participar de leilões de obras de artistas como Milena Travassos e Helena Nabuco. Os NFTs estarão disponíveis até 5 de julho, às 16h, pela plataforma de NFTs do MB.

O São Paulo Futebol Clube anunciou na terça-feira (28) o lançamento do Centro de Inovação Aberta Inova.São, um hub para desenvolver e implementar soluções com foco na tecnologia blockchain e Web3, informou a Exame.

Já no metaverso em um servidor do jogo GTA, o Banco do Brasil prepara a estreia na plataforma de games Roblox, segundo o Estadão. O foco do banco é no público infanto-juvenil, com experiências relacionadas a modalidades esportivas que o BB patrocina no mundo real.

A fabricante de smartphones HTC lançou o celular “Viverse”, desenvolvido para ser compatível com sua plataforma de metaverso e que incorpora funcionalidades para criptomoedas e tokens não fungíveis. Um aplicativo permite a compra de NFTs em um mercado digital e a “criação de seu próprio espaço virtual”, de acordo com anúncio.

Ronin, a blockchain paralela do Ethereum criada especialmente para o jogo Axie Infinity, voltou ao ar na terça-feira (28) após ter ficado desligada por três meses em consequência do ataque de hackers que roubaram US$ 622 milhões em criptomoedas. A Sky Mavis, empresa por trás do game, havia garantido que todos os usuários seriam reembolsados quando a Ronin fosse reconectada.