Manhã Cripto: Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) avançam, mas crise da Three Arrows Capital assombra o mercado

Investidores se preparam para o vencimento semanal de opções na sexta, enquanto a 3AC pode se tornar inadimplente
Gráfico de mercado

Foto: Shutterstock

Na contramão dos índices futuros americanos, as maiores criptomoedas operam com valorização nesta quinta-feira (23), enquanto investidores se preparam para o vencimento semanal de opções na sexta. O Bitcoin (BTC) ganha 1,6% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 20.591,32, mostram dados do CoinGecko. O Ethereum tem alta de 1,8%, negociado a US$ 1.103,28 

No Brasil, o Bitcoin avança 2,5%, para R$ 106.945,38, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

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As altcoins acompanham o movimento, com ganhos para a Binance Coin (+4,7%), Cardano (+1,5%), XRP (+2%), Solana (+5,9%), Polkadot (+1,2%), Dogecoin (+3,6%), Avalanche (+7,3%) e Shiba Inu (8,7%). 

O vencimento de opções semanal, o último deste trimestre, coincide com os vencimentos de contratos futuros, destaca a Genesis Global Trading em análise da Bloomberg. O volume abarca mais de US$ 2 bilhões em opções de BTC e US$ 1 bilhão do Ethereum. 

Investidores de criptoativos também acompanham de perto a crise enfrentada por protocolos de empréstimos no mercado de finanças descentralizadas. Depois de receber uma linha de crédito de US$ 200 milhões da corretora FTX, a plataforma cripto Voyager Digital pode emitir um aviso de default contra o hedge fund cripto Three Arrows Capital, conhecido como 3AC, de acordo com comunicado divulgado na quarta-feira. A exposição da Voyager ao 3AC consiste em 15.250 BTC (cerca de US$ 312 milhões) e US$ 350 milhões em stablecoins USDC. 

Risco de recessão

Na quarta-feira os mercados acionário e de criptomoedas reagiram aos comentários de Jerome Powell, presidente do banco central dos Estados Unidos, que não descartou uma recessão no país. Em audiência no Senado, Powell defendeu a regulamentação dos criptoativos e, apesar da turbulência, não vê risco sistêmico. O presidente do Fed volta a falar nesta quinta na Câmara de Deputados. 

Em análise no jornal Valor, Eduardo Andrade, analista de negócios do MB, destaca que os próximos dias podem dar pistas sobre o rumo do Bitcoin, que poderia cair para US$ 15.000 ou até US$ 12.000 se perder a última mínima. Mas, caso se mantenha na casa dos US$ 20.000, há chances de subir para US$ 25.000.  

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“Este é um momento ruim para o mercado de criptomoedas, que sofreu um volume alto de prejuízo nos últimos dias, trazendo mais receio, mas também novas oportunidades de montar posição”, explicou. 

Para o gestor veterano Mark Mobius, o desempenho do Bitcoin agora é acompanhado de perto por investidores globais. Se o Bitcoin cai, no dia seguinte o Dow Jones cai também. Esse é o padrão que você obtém. Isso mostra que o Bitcoin é um indicador importante”, afirmou à Bloomberg.

Outros destaques 

A plataforma de ativos digitais FalconX foi avaliada em US$ 8 bilhões em uma nova rodada de financiamento liderada pelo GIC, fundo soberano de Singapura, e B Capital. Com a captação de US$ 150 milhões, a empresa mais que dobrou sua avaliação em 10 meses, disse à Reuters o CEO e fundador da FalconX, Raghu Yarlagadda. 

O MB Tokens, empresa do ecossistema MB, lançou o token MBFP08, lastreado na cessão de fluxos financeiros e com rendimento estimado em 18,2% ao ano. Segundo informações da exchange, em menos de 24 horas todos os 10.352 tokens foram vendidos, arrecadando mais de R$ 1 milhão. “Com a alta da taxa Selic, nossos produtos que são indexados, ou seja, tem uma taxa pós e uma pré-fixada, ganham ainda mais rentabilidade (…)”, explicou Vitor Delduque, diretor de novos negócios do MB Tokens, em nota do E-Investidor. 

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O MB também lançou um painel de negociações em sua plataforma web. A versão PRO, que reúne os recursos mais avançados do mercado, já está disponível para os 3,5 milhões de clientes do MB. 

Com foco em contratos inteligentes, um novo fundo de índice na B3, o BLOK11, foi lançado pela Investo e replica o índice MVIS Crypto Compare Smart Contract Leaders Brazil Index, segundo a Exame. Com exposição a criptoativos como Ethereum e Solana, o ETF é administrado pela Market Vector Index Solutions. 

Investidores de renda variável que apostaram na desvalorização das criptomoedas já registram retorno de 130% neste ano no mercado americano, destaca artigo da Bloomberg, que cita dados de Ihor Dusaniwsky, chefe de análise da S3. Nenhum outro setor supera os ganhos. Ações dos segmentos automotivo e software, por exemplo, mostram retorno de 50% cada um desde janeiro. Hedge funds quantitativos também lucraram com a recente turbulência no mercado de criptoativos, de acordo com o Financial Times

Marcelo Sampaio, CEO da Hashdex, gestora especializada em criptoativos, aconselha investidores a não se desesperarem com o inverno cripto. “Cripto remunera muito bem o investidor paciente, de longo prazo. Em vez de ficar negociando, fique em uma posição longa e seja paciente”, disse Sampaio em entrevista ao E-Investidor. 

Mesmo com o colapso de seu “império”, o cofundador do ecossistema Terra, Do Kwon, acredita na reconstrução. “Tenho grande confiança em nossa capacidade de nos reconstruir ainda mais fortes do que antes”, disse Kwon, 30, ao The Wall Street Journal. Sobre as perdas causadas aos investidores, o empresário, agora alvo de investigações e reguladores, afirmou que se sente “desolado” pelo ocorrido e disse que perdeu quase todo seu patrimônio com o derretimento da Luna e TerraUSD. 

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A Binance.US – a unidade americana da maior exchange cripto global – anunciou na quarta-feira (22) que não está mais cobrando taxas pela compra ou venda de bitcoin em dólares. A notícia derrubou as ações da Coinbase nos EUA. No Brasil, sem conseguir oferecer saques e depósitos em real aos clientes desde que ficou sem um parceiro no país, a Binance anunciou três formas diferentes de oferecer o serviço e atender a demanda. 

Regulação, Cibersegurança e CBDCs 

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Netorecebeu na noite de quarta-feira (22) o Prêmio Faz Diferença, na categoria Economia, pelo trabalho desenvolvido com o Pix, que pode ganhar dimensão internacional, destacou. “No sistema, no futuro, você vai poder escolher no seu celular se vai fazer o pagamento à vista, com Pix ou moeda digital, ou a prazo, vai estar ligado com todas as suas contas bancárias. A função cartão de crédito não será mais como a gente conhece hoje.” 

Estudo da Nickel Digital Asset Management publicado pelo Valor revela que 70% dos investidores institucionais brasileiros esperam que mais fundos de investimento em criptoativos sejam lançados nos próximos três anos. Com o projeto de lei cripto em vias de ser aprovado na Câmara, 60% desses investidores esperam uma melhora do cenário regulatório para os próximos dois anos. 

Players do mercado dizem que o movimento mais controverso do deputado Expedito Netto (PSD-RO), relator do PL, é a retirada da previsão de que as corretoras de criptomoedas devem fazer segregação patrimonial de seus bens e dos bens dos clientes, segundo análise do Portal do Bitcoin. A segregação patrimonial no mundo das criptomoedas é um dispositivo que garante ao investidor que seus ativos, mesmo custodiados em uma corretora, são seus de fato. 

Singapura será “implacavelmente dura” com práticas irregulares indústria de criptomoedas, de acordo com o diretor de política de fintechs do banco central da cidade-estado. Em entrevista ao Financial Times, Sopnendu Mohanty, da Autoridade Monetária de Singapura, questionou o valor das criptomoedas privadas e disse que uma alternativa apoiada pelo governo poderia ser lançada dentro de três anos. 

No Canadá, a Comissão de Valores Mobiliários de Ontário (OSC) aperta o cerco contra exchanges de criptomoedas não registradas. Em dois processos judiciais finalizados em 21 e 22 de junho, a OSC proibiu a Kucoin de operar em Ontário e chegou a um acordo com a Bybit, que se comprometeu a trabalhar com a reguladora para registrar sua plataforma, informou o The Block. 

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Já o presidente da Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro da Suíça (FINMA), Urban Angehrn, disse que a negociação de criptomoedas se assemelha cada vez mais ao mercado de ações dos EUA no fim da década de 1920. Durante conferência na quarta-feira (22), Angehrn defendeu que reguladores tomem mais medidas para proteger consumidores de abusos, informou a Reuters. E o Reino Unido deve tomar medidas nos próximos meses ou perderá a chance de assumir a liderança como um hub de criptoativos, alertou o ex-ministro das Finanças do país, Philip Hammond. 

Os sobreviventes do inverno cripto podem se tornar empresas de tecnologia do futuro, rivalizando com Amazon.com e eBay, afirmou o vice-presidente do Banco da Inglaterra, Jon Cunliffe, durante conferência em Zurique. 

Apesar da reputação inicial de moeda-meme, a Dogecoin tem ganhado cada vez mais espaço como método de pagamento, mas também sido utilizada em atividades ilícitas, segundo estudo da empresa de análise blockchain Elliptic. “Embora a grande maioria dessa atividade consista em fraudes, golpes e esquemas ponzi, também inclui os tipos mais graves de crime, incluindo financiamento do terrorismo e fornecedores de material de abuso sexual infantil”, destaca a empresa. 

Metaverso, Games e NFTs 

Meta, Microsoft e outros gigantes da tecnologia formaram um grupo para promover o desenvolvimento de padrões do metaverso que tornariam os novos mundos digitais das empresas compatíveis entre si, segundo a Reuters. Os participantes do Metaverse Standards Forum incluem muitas das maiores empresas que trabalham na área. A Apple ainda está fora da lista, apesar dos planos de lançar óculos de realidade mista neste ano ou no próximo. 

Grandes bancos brasileiros estão de olho no “gamer money” (público que joga videogame), mercado que deve movimentar mais de US$ 200 bilhões globalmente este ano, segundo estimativas da plataforma de dados Newzoo, citadas pelo Valor Investe. Com foco nesse público, o Itaú Unibanco, por exemplo, lançou o Player’s Bank, um banco digital com cartão de crédito sem anuidade e conta remunerada e atendimento exclusivo por meio do Discord, aplicativo de comunicação utilizado por gamers. 

Os fundadores da organização de e-sports LOUD, Jean Ortega e Bruno Bittencourt, anunciaram na quarta-feira (22) a consolidação da Spacecaps em uma holding com foco em games e Web3, de acordo com a Forbes. Além da LOUD, o grupo incluirá outras seis empresas: Snackclub; Dropull; Monomyto; Outplay; Druid e Sundae. 

A plataforma de comércio eletrônico Shopify está oferecendo a comerciantes de lojas online uma nova maneira de se conectarem com clientes fiéis por meio de tokens não fungíveis. Clientes da Shopify agora podem conectar suas carteiras de criptomoedas às lojas da plataforma para a validação de NFTs específicas, segundo o The Block

A empresa de hardware e segurança de criptomoedas Ledger anunciou na quarta-feira (22) um marketplace de tokens não fungíveis, o Ledger Market, e uma plataforma de serviços da Web3 para empresas durante a conferência NFT.NYC, em Nova York. Informou o CoinDesk. O Ledger Market conversa com marcas como Tag Heuer, do grupo LVMH, e a coleção de NFTs DeadFellaz e Brick/Babylon, para listar seus ativos no mercado.