As principais criptomoedas ensaiam uma recuperação nesta terça-feira (10), em linha com os ganhos dos índices acionários na Europa e futuros de Nova York. Embora traders continuem atentos aos impactos do conflito entre o grupo Hamas e Israel, comentários sinalizando pausa no aperto monetário nos EUA aumentam o apetite por risco.
Após US$ 100 milhões em liquidações, o Bitcoin (BTC) sobe 0,6% em 24 horas, para US$ 27.677,29, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC, cuja dominância está perto dos maiores níveis desde 2021, também mostra estabilidade, em baixa de 0,6%, negociado a R$ 142.714,58, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) recua 0,3%, para US$ 1.590,95.
As altcoins operam sem rumo definido, entre elas BNB (+0,4%), Dogecoin (+0,3%), Cardano (+0,3%), Solana (-0,1%), Polkadot (-0,6%), Polygon (-1,9%), Shiba Inu (+0,8%) e Avalanche (-0,3%).
XRP é negociada com estabilidade após a renúncia da diretora financeira da Ripple, emissora do token.
CPI pede indiciamento da Binance, Ronaldinho Gaúcho e 123milhas
Os membros da CPI das Pirâmides Financeiras aprovaram na noite da segunda-feira (9) o relatório apresentado pelo relator, o deputado Ricardo Silva (PSD/SP). O documento pede o indiciamento de 45 pessoas entre celebridades, piramideiros e executivos, incluindo representantes da Binance, os donos da 123milhas e o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho.
O texto, aprovado de forma unânime, pede que o Ministério Público Federal faça o indiciamento de Guilherme Haddad Nazar e Daniel Mangabeira, os principais executivos da Binance no Brasil. Também inclui Changpeng “CZ” Zhao fundador e CEO da maior exchange cripto do mundo.
Em nota publicada pelo Valor Econômico, a Binance criticou o relatório da CPI à qual alega ter ajudado sem “medir esforços”.
“Rechaçamos veementemente, porém, quaisquer tentativas de transformar a Binance em alvo, ou ainda expor seus usuários e funcionários, com alegação de más práticas sem nenhuma comprovação, em meio a disputas concorrenciais dada a posição de liderança da empresa no Brasil e no mundo”, afirmou a corretora.
Também em nota, Ronaldinho Gaúcho disse que não existe “qualquer mínimo indício de prova de qualquer ilícito” que ele tenha cometido, enquanto a agência de viagens 123milhas negou que atue como pirâmide financeira, como apontado no relatório.
O relator da CPI disse que dezenas de procedimentos investigatórios foram iniciados por conta de movimentações da comissão. “Nós vamos dar muito trabalho com essa conclusão às instituições de controle”, concluiu.
Mais demissões na Binance
Em meio às investigações de reguladores no Brasil e no mundo, a Binance teria realizado uma terceira rodada de demissões, segundo informações da Exame, que cita pessoas não identificadas.
Em julho, a exchange anunciou as primeiras demissões deste ano e revelou que os cortes poderiam afetar até 3 mil funcionários globalmente. A Binance não confirmou as supostas demissões nessa última rodada. Em nota enviada à Exame, a corretora apenas afirmou que “nos últimos 6 anos, crescemos de uma equipe de 30 pessoas para um time com milhares de funcionários talentosos ao redor do mundo”.
Além da pressão regulatória, as operações da Binance sentem o impacto do menor volume de negociações desde o colapso da FTX, em novembro passado.
Na época, o CEO da gigante cripto propôs um fundo de US$ 1 bilhão para salvar a indústria de um “crash”. No entanto, a “Iniciativa de Recuperação da Indústria” (IRI), como o fundo foi chamado, investiu menos de US$ 30 milhões desde sua criação, de acordo com análise de carteiras digitais públicas realizada pela Bloomberg News.
E relatório da Wired revela que, durante o hack da FTX no ano passado, o consultor Kumanan Ramanathan usou sua carteira “Ledger Nano” para ajudar a proteger os ativos da exchange.
Ramanathan se ofereceu para receber fundos em seu dispositivo Ledger e conseguiu proteger entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões em criptomoedas, de acordo com o relatório da Wired.
No total, mais de US$ 1 bilhão em ativos foram salvos do hack com a transferência para vários dispositivos de armazenamento.
Julgamento do fundador da FTX
Os advogados de Sam Bankman-Fried querem questionar Gary Wang, que cofundou a FTX com seu “ex-amigo”, sobre o aconselhamento jurídico recebido ao concordar com uma série de empréstimos concedidos à Alameda Research, a unidade de trading do grupo.
A carta, registrada na segunda-feira (9), busca convencer o juiz que preside o caso da suposta culpa dos advogados de Bankman-Fried na época pelas fraudes cometidas.
De acordo com o CoinDesk, promotores já investigaram Wang sobre cerca de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões em empréstimos que ele recebeu da Alameda, usados para fazer investimentos de venture capital e comprar uma casa nas Bahamas. Wang também admitiu que a corretora usou números falsos para criar um fundo de seguro.
Nesta terça, a expectativa fica para o depoimento de Caroline Ellison, 28, ex-namorada de Bankman-Fried e ex-CEO da Alameda, que teria recebido US$ 8 bilhões em empréstimos com fundos desviados de clientes.
Outros destaques das criptomoedas
A exchange Bitstamp está em negociações com grandes bancos europeus para a oferta de serviços cripto, disse Robert Zagotta, diretor comercial global da empresa de Luxemburgo, em entrevista ao CoinDesk, sem revelar o nome das instituições. A Bitstamp espera anunciar as parcerias no primeiro trimestre de 2024.
Ainda na Europa, Piero Cipollone, vice-presidente do banco central da Itália, defendeu planos para um euro digital durante audiência parlamentar na segunda-feira (9). Cipollone busca aprovação para substituir Fabio Panetta, um crítico das criptomoedas, no conselho executivo do Banco Central Europeu a partir de novembro.
Enquanto isso, o Drex, a moeda digital do Banco Central do Brasil, desperta interesse da comunidade internacional, segundo informações do Cointelegraph, que cita Rogério Lucca, chefe do Departamento de Operações Bancárias e do Sistema de Pagamentos do BC (Deban) e coordenador do Fórum Drex.
Em evento que reuniu bancos centrais de língua portuguesa em Lisboa na segunda-feira (9), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, destacou que o projeto brasileiro de CBDC é superior ao de outros países por preservar o papel das instituições na intermediação financeira.
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