As principais criptomoedas enfrentam forte correção nesta segunda-feira (11), em uma semana marcada pela reunião de política monetária do Federal Reserve e dados-chave da inflação nos EUA, o que também traz cautela às negociações de renda variável.
O Bitcoin registra baixa de 3% em 24 horas, cotado US$ 42.359,96, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC recua 2,8%, para R$ 211.026,65 de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) mostra queda de 3,8%, negociado a US$ 2.245,31.
Entre as altcoins, a segunda-feira também é de perdas, com destaque para BNB (-1,9%), XRP (-4,3%), Solana (-2,9%), TRON (-1,6%), Chainlink (-5,3%), Polkadot (-4,7%), Polygon (-3,5%) e Shiba Inu (-2,6%).
Avalanche (+13,3%) e Dogecoin (+0,9%) ainda conseguem se manter em território positivo. Cardano recua 3,4%, mas sobe 35% em sete dias com a migração de investidores que apostam em queda do Bitcoin para a casa dos US$ 40 mil, de acordo com análise do CoinDesk.
Bitcoin hoje
Depois de subir mais de 150% neste ano, o Bitcoin chegou a mergulhar 7,5% nesta madrugada, na maior baixa intradiária desde 18 de agosto, segundo dados da Bloomberg.
“A alavancagem do mercado aumentou significativamente”, disse à agência Richard Galvin, cofundador da Digital Asset Capital Management, de Sydney. “A queda atual parece uma desalavancagem do mercado”, em oposição a qualquer catalisador ligado aos fundamentos, acrescentou.
O movimento de correção levou à liquidação de posições compradas, ou que apostavam na alta dos preços. Cálculos da Coinglass indicam que a volatilidade resultou na liquidação de mais de US$ 94 milhões em posições de Bitcoin, sendo a maioria (US$ 85 milhões) compradas.
O mercado de criptomoedas registrou US$ 320 milhões em posições compradas desfeitas, o que contribuiu para um total de US$ 360 milhões em liquidações em diversas exchanges.
“Faz sentido ver certa realização de lucros”, disse Tony Sycamore, analista de mercado da IG Australia, com a possibilidade de quedas até a faixa de US$ 37,5 mil a US$ 40 mil, quando investidores em busca de barganhas poderiam aproveitar a desvalorização e oferecer suporte, comentou à Bloomberg.
O Bitcoin tem sido puxado pela expectativa do lançamento de fundos de índice (ETFs) com exposição direta à maior criptomoeda. Gigantes de Wall Street como a Fidelity conversam com a SEC, a CVM dos EUA, e aguardam aprovação para colocar esses produtos no mercado americano.
Tether congela 161 carteiras cripto
A Tether, emissora da stablecoin USDT, comunicou no sábado (9) que tem congelado várias carteiras controladas por indivíduos na chamada lista ‘Specially Designated Nationals’ (SDN) — uma classificação do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA geralmente reservada para organizações terroristas e nações inimigas.
Dados blockchain acessados por meio do Etherscan e divulgados pelo The Block mostram que a Tether havia bloqueado 161 carteiras Ethereum, embora 150 dessas wallets atualmente não possuam tokens USDT. Não se sabe se alguma carteira continha USDT em algum momento ou quantas.
As 11 carteiras restantes detêm mais de 3,5 milhões de USDT, mas quase todos os tokens, 3,4 milhões, são mantidos por apenas um endereço, segundo o site. O detetive de blockchain ZachXBT associou o endereço ao recente hack da plataforma de apostas Stake. Essa carteira estava ativa pouco antes do anúncio do congelamento, com centenas de transações registradas na semana passada.
Em entrevista ao Portal do Bitcoin, o CEO da Tether, Paolo Ardoino, comentou a desconfiança por parte do mercado sobre a forma como a empresa administra as reservas de dólar que respaldam sua stablecoin e quem audita suas contas. O executivo reconheceu que a plataforma errou no passado, mas garante que hoje as reservas da USDT superam 104%.
Enquanto isso, a Exved, uma empresa russa lançada pelo InDeFi Bank, fundado por Sergey Mendeleev, quer facilitar as trocas entre Tether, rublos e dólares, informou o site Protos. Mendeleev, também fundador da Garantex, uma entidade sancionada, afirmou que o sistema da Exved foi aprovado pelo Banco da Rússia.
Outros destaques das criptomoedas
A HTX, exchange de criptomoedas que tem no comando Justin Sun, fundador da rede Tron, registrou saques de US$ 258 milhões desde que retomou as operações após sofrer um hack, mostram dados da DefiLlama compartilhados pela Bloomberg. Os fundos saíram da corretora entre 25 de novembro, quando as atividades foram reiniciadas, e 10 de dezembro.
A HTX disse que perdeu US$ 30 milhões em criptomoedas com a invasão de hackers que suspendeu temporariamente saques e depósitos. Um porta-voz da HTX disse que as retiradas representam “uma pequena fração de nossas reservas totais, indicando uma plataforma estável e robusta”.
A Conio, uma empresa de carteiras cripto parcialmente controlada pelo Poste Italiane e Banca Generali, se uniu à Coinbase para oferecer ativos digitais a bancos e instituições financeiras na Itália, segundo o CoinDesk. A Conio, que tem mais de 400 mil clientes, fechou uma parceria com a Coinbase Prime para fornecer liquidez a instituições com foco em criptoativos. A plataforma também vai ampliar o suporte da carteira para até 50 tokens ainda neste ano.
No Reino Unido, o novo partido “The Other Party” promete implementar um sistema democrático descentralizado e baseado em blockchain, de acordo com o The Block. As iniciativas incluem “Passaportes de Governança” que permitem aos cidadãos participar ativamente na elaboração de leis e nas decisões de políticas.
“Nossa missão é retirar o poder centralizado dos políticos e devolvê-lo às mãos do povo”, disse o fundador do partido, Dom Ryder. “Ao alavancar a tecnologia blockchain, garantimos que cada voz seja ouvida, que cada voto conte e que cada decisão seja transparente e incorruptível.”
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