Tão logo teve início o julgamento de Sam Bankman-Fried, fundador da falida exchange de criptomoedas FTX, novas informações começaram a surgir. Agora, há uma disputa sobre dois jatos supostamente comprados pelo executivo, que podem ser confiscados pela Justiça americana.
Um documento apresentado na quarta-feira (4) pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) aponta que na lista de bens de SBF existem duas aeronaves, um modelo Global, da Bombardier, e um Legacy, da empresa brasileira Embraer.
Os jatos se tornaram o centro de uma disputa entre o DOJ e a FTX sobre quem tem a propriedade deles, segundo informações divulgadas a partir de um documento do processo de recuperação judicial da exchange, que tenta recuperar fundos para conseguir pagar seus credores.
A Justiça, porém, quer confiscar os bens para ter maior controle do processo e de pagamento dos antigos clientes da FTX.
Segundo o documento apresentado ontem, o jato da Embraer foi comprado por US$ 12,5 milhões (cerca de R$ 65 milhões), enquanto o Bombardier saiu por US$ 15,9 milhões.
Ambos foram adquiridos supostamente usando um “financiamento fornecido pela FTX” e com um empréstimo sem garantia e sem juros fechado em um “acordo de aperto de mão” entre Bankman-Fried e Paul Aranha, o proprietário da empresa que opera os jatos, Island Air Capital (IAC).
Confira fotos dos modelos:
Dados do site de rastreio de aviões Flight Radar mostram que ambas as aeronaves tinham “donos privados”, sendo que o jato da Bombardier foi registrado nos EUA e o da Embraer nas Bahamas.
Jatinhos podem ser usados para ressarcir vítimas da FTX
“O governo assumiu a posição de que ambas as aeronaves estão sujeitas a confisco como propriedade adquirida com recursos fraudulentos”, diz a IAC em documento apresentado à Justiça, apontando ainda que a FTX reivindica a propriedade com base no fato de que supostos empréstimos usados para comprar os aviões não foram documentados.
A IAC quer saber quem pagará a conta dos reparos e inspeções em andamento enquanto a disputa judicial acontece e disse que, na prática, ninguém associado à FTX jamais voou em nenhum dos aviões, pois eles ainda estavam sendo atualizados quando a empresa entrou com pedido de recuperação judicial.
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