A Justiça de São Paulo absolveu o ex-craque da Seleção, Ronaldinho Gaúcho, em um processo que envolve a empresa 18K Ronaldinho, e condenou os responsáveis pelo negócio, Rhafael de Oliveira e Marcelo Marcelino. As informações são do UOL, em publicação na quinta-feira (22).
De acordo com o site, Oliveira e Marcelino terão de devolver ao autor do processo os R$ 14,4 mil investidos, bem como pagar uma indenização por danos morais de R$ 20 mil. A vítima, um vendedor que teria procurado a justiça em 2019, teria investido todas as suas economias no negócio que usava como isca as criptomoedas.
Acerca da absolvição de Ronaldinho, o juiz Gustavo Campos aceitou os argumentos da defesa do jogador, que disse que “Ronaldo é vítima, uma vez que sua imagem foi utilizada de forma ilícita.
De acordo com Campos, “ao que tudo indica”, descreve o UOL, o vídeo promocional da empresa de criptomoedas aproveitou imagens do ex-atleta que haviam sido gravadas para o ensaio da divulgação do relógio.
Segundo a reportagem, os sócios ainda podem recorrer da sentença; o investidor também pode recorrer, já que ele disse em juízo que estranha que Ronaldinho não tenha apresentado sequer “um boletim de ocorrência sobre a eventual fraude sofrida”.
Ronaldinho na CPI das Pirâmides
A 18K Ronaldinho, que foi foi alvo da CPI das Pirâmides Financeiras no ano passado, teria causado prejuízo a vários investidores. Na época em que começaram as denúncias, vieram à tona que o negócio chegou a oferecer retorno financeiro de 400% no prazo de um ano em rendimentos diários de 2%, atraindo pessoas com várias publicações com a imagem do jogador.
Segundo informações na época, os rendimentos supostamente viriam de operações de arbitragem com criptomoedas e investimentos em bolsa de valores. No entanto, como qualquer empresa desse ramo precisa ter um produto para que não seja interpretada como uma pirâmide, a 18k usava como produto os relógios da 18k Watches.
Em depoimento à CPI, Ronaldinho afirmou que nunca foi sócio da 18k e tampouco havia autorizado o uso de seu nome no negócio e que havia firmado um contrato temporário de uso de sua imagem com uma empresa chamada 18K Watches a fim de que fosse criada uma linha de relógios com seu nome (o 18K Ronaldinho).
Segundo o ex-atleta, descreve o UOL, um dos proprietários da 18K Watches passou, no entanto, a utilizar indevidamente sua imagem para promover também a empresa de criptomoedas. “Nunca foi autorizado que a 18k Ronaldinho utilizasse meu nome e minha imagem ou apelido na razão social da empresa. Fui vítima”, disse ele aos deputados.
Contudo, o “bruxo” está envolvido em pelo menos dez esquemas suspeitos de serem pirâmides financeiras.
As suspeitas que envolvem Ronaldinho Gaúcho
Ronaldinho Gaúcho tem uma longa lista de promoções de projetos que naufragaram e até mesmo operações suspeitas de serem de pirâmides financeiras. Incluindo a polêmica 18k, são pelo menos dez ações suspeitas que tiveram o ex-craque como protagonista.
Em junho do ano passado, o ex-jogador da Seleção lançou um portal próprio, o Bruxo10.bet, que mistura apostas esportivas com jogos de azar online, justamente em meio a polêmicas envolvendo casas de apostas como a Blaze. Apesar de levar o nome do jogador, a plataforma é de responsabilidade da companhia Digital Ventures N.V., registrada em Curaçao.
Vale lembrar que jogos de roletas e máquinas de caça-níquel são formalmente proibidos no Brasil — o que o governo liberou foram apostas esportivas que informam com antecedência o quanto o apostador pode tanto perder quanto ganhar.
Ronaldinho já promoveu a controversa plataforma de negociação de opções binárias Olymp Trade, que no passado recebeu alertas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por atuação irregular no mercado brasileiro.
Outra empresa que o jogador promoveu também foi a pirâmide financeira a Braiscompany em um evento esportivo na cidade de Limeira (SP). O CEO da empresa, Antonio Neto Ais é atualmente foragido da Polícia Federal e da Interpol.
Ronaldinho ainda promoveu a Airbit Club, um esquema de pirâmide liderado pelo brasileiro Gutemberg dos Santos, preso nos EUA por enganar milhares de investidores, dentre outros projetos controversos.
Em 2019, o jogador até mesmo tentou criar a sua própria criptomoeda no passado, a Ronaldinho Soccer Coin (RSC), mas o projeto não foi adiante.
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