Irlanda estuda mudar anúncios de criptomoedas para evidenciar os riscos aos consumidores

País pode se juntar a nações como Reino Unido, Índia e Espanha, que estão revisando regras para anúncios de ativos cripto
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(Foto: Shutterstock)

A Autoridade de Padrões de Propaganda da Irlanda (ou ASAI, na sigla em inglês) pode estar preparando uma revisão das orientações existentes na indústria para que possa abordar melhor os riscos associados a criptomoedas.

Segundo o jornal Irish Independent, a iniciativa acontece em resposta a um aumento no número de anúncios que promovem projetos cripto, bem como reclamações sobre a falta de clareza nesses anúncios em relação aos produtos e serviços promovidos.

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A revisão pode resultar em uma orientação atualizada para a indústria sobre o código de propagandas ou uma mudança no próprio código.

“A ASAI está considerando a necessidade de revisar regras e/ou orientações adicionais em face da crescente tendência de propagandas comerciais com criptomoedas”, afirmou um porta-voz da agência ao jornal irlandês.

Acrescentaram que a agência está “ciente das preocupações em relação ao conhecimento sobre criptomoedas por consumidores” e, exceto pelas “normas gerais de veracidade, honestidade e comprovação, o código da ASAI contém normas relacionadas a propagandas financeiras”.

Repressão global a anúncios cripto

Reguladores de propaganda ao redor do mundo estão de olho nos excessos contidos em anúncios com criptomoedas.

Em fevereiro, o Conselho de Padrões de Propaganda da Índia (ou ASCI) publicou orientações sobre anúncios com criptomoedas após descobrir que diversas propagandas “não informaram adequadamente” os riscos associados a criptomoedas.

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Após novas regras apresentadas em janeiro, influenciadores cripto da Espanha agora enfrentam multas de até US$ 300 mil por falharem em informar se receberam remuneração para promoverem criptomoedas.

As regulações, apresentadas pela Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (ou CNMV) do país, também exigem que influenciadores e grupos de mídia incluam declarações “claras, equilibradas, imparciais e não enganosas” sobre os riscos das criptos.

No Reino Unido, a Autoridade de Padrões de Propaganda (ou ASA) publicou, em março, um Aviso de Fiscalização para cerca de 50 empresas cripto, apresentando um novo conjunto de orientações que devem ser obedecidas até o dia 2 de maio.

As orientações visam proteger consumidores de “FOMO” (sigla em inglês para “fear of missing out” ou, em português, “medo de perder uma oportunidade”) e exige que anunciantes indiquem, de forma clara, que criptomoedas não são regulamentadas no Reino Unido, que preços são voláteis e que o investimento cripto pode ser arriscado.

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Em janeiro, o governo britânico apresentou uma nova legislação para proteger consumidores de anúncios enganosos com criptomoedas. A legislação exige que todos os anúncios no Reino Unido sejam aprovados pela Autoridade de Conduta Financeira (ou FCA) ou pela Autoridade de Regulamentação Prudente (ou PRA).

Em março, anúncios com floki inu (FLOKI), uma criptomoeda de meme conhecida por suas campanhas de marketing agressivo e rápida ascensão de popularidade, foram banidos no Reino Unido após a ASA ter considerado sua campanha promocional como “irresponsável”.

De acordo com a reguladora britânica, a campanha publicitária do FLOKI no transporte público de Londres “explorava o medo dos consumidores em ‘ter perdido uma oportunidade’ e trivializou o investimento na criptomoeda” além de “se aproveitar da falta de experiência ou credulidade dos consumidores”.

Em fevereiro, a ASAI também estava analisando a campanha publicitária do FLOKI, abrindo uma denúncia alegando que os promotores não haviam incluído um alerta sobre o valor variável do ativo e forçando a empresa responsável pelo projeto a remover os anúncios.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.