Hackers pedem bitcoin para não vazar registros de pacientes na Finlândia

“É revoltante”, disse a Ministra do Interior, Maria Ohisalo
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(Foto: Pixabay)

No sábado (24), vários pacientes da Vastaamo, centro de psicoterapia na cidade de Jyvaskyla, Finlândia, passaram a ser extorquidos para não terem seus registros médicos vazados. Segundo o The Guardian, os hackers pediram cerca de US$ 230 em bitcoin (aproximadamente R$ 1.300). 

Temendo o vazamento de conversas íntimas com os profissionais de saúde mental, vários pacientes inundaram os serviços de apoio às vítimas do centro médico que possui 25 unidades no país.

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Os pacientes também registraram boletins de ocorrência por violação de dados. De acordo com o diretor de polícia do Ministério da Justiça, Robin Lardot, foram comprometidos dezenas de milhares de registros.

Governo da Finlândia reagiu

O caso chegou até o governo da Finlândia que reagiu. “É revoltante”, disse a Ministra do Interior Maria Ohisalo. “A violação de dados da Vastaamo é um ato chocante que atinge todos nós profundamente”, acrescentou.

Ohisalo, contudo, tentou tranquilizar a comunidade de pacientes e disse que a Finlândia deve ser um país onde “a ajuda para problemas de saúde mental está disponível e pode ser acessada sem medo”.

Invasão teria acontecido há meses

A Vastaamo iniciou então uma investigação interna e uma varredura no sistema que constatou uma invasão ocorrida há cerca de um ano e meio, em 2019

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Diante disso, a empresa demitiu o CEO Ville Tapio ainda na segunda-feira (26). No entanto, Tapio se defendeu e disse que o vazamento — em 2018 — só lhe foi revelado neste mês, reportou o jornal local Iltalehti.

Especialistas em segurança relataram que um arquivo contendo 10 gigabytes de informações privadas de pelo menos 2.000 pacientes e seus terapeutas apareceu em sites na deep web.

Resgate com bitcoin no Brasil

Esse tipo de crime cibernético já ocorreu em vários estados brasileiros tanto em órgãos públicos quanto privados.

Dentre eles podemos citar o porto de Fortaleza (CE), a Câmara Municipal de Palmas (TO), uma loja de produtos para bebês em Campo Grande, uma empresa de contabilidade em Boa Vista e um hospital em Pirajuí (SP).

O caso mais recente aconteceu na metade deste mês, quando o sistema de informática da Prefeitura de Candiota (RS) foi bloqueado por hackers, travando vários serviços online. Após a ação os cibercriminosos deixaram uma mensagem que pedia um resgate em bitcoin.

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Antes desse, aconteceu também em junho no Rio de Janeiro, quando hackers criptografaram o sistema da companhia de energia Light.

Na ocasião, os cibercriminosos pediram um resgate de US$  7 milhões em Monero (XMR), uma criptomoeda cuja transação é muito difícil de ser rastreada — ao contrário do bitcoin cuja rede é pública.