Gestora de investimentos ligada ao Itaú faz compra de Ethereum para testar mercado

Kinea Investimentos também vê mercado de NFTs atrativo
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Foto: Shuttestock

A gestora Kinea, braço de investimentos do Itaú Unibanco com cerca de R$ 56 bilhões em ativos sob gestão, fez sua primeira compra em criptomoedas há cerca de dois meses, revelou à Folha de São Paulo domingo (17), o sócio e gestor dos fundos líquidos da empresa, Marco Aurélio Freire. Segundo ele, o aporte foi pequeno por ser em caráter experimental e a criptomoeda escolhida foi a Ethereum (ETH).

“Vejo as criptomoedas como uma tendência secular em que vale a pena ter uma exposição”, afirmou Freire ao jornal. O valor aportado em ETH não foi divulgado.

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Para o gestor, a tecnologia do blockchain tem proporcionado um importante processo de descentralização do setor financeiro que faz sentido ter em carteira criptoativos. Sobre a preferência pelo ether e não pelo Bitcoin (BTC), Freire disse que o mercado de criptomoedas tem muito mais a oferecer.

“As pessoas geralmente confundem criptomoedas com bitcoin, só que no mercado de criptomoedas tem muito mais coisa do que só o bitcoin”, comentou Freire para a Folha, dando como exemplo o mercado de NFTs, que surgiu primeiramente na rede Ethereum.

Freire também discorreu sobre o mercado financeiro global e a visão da Kinea frente ao Real, destacando as incertezas tanto no cenário político quanto no econômico no Brasil. Por essas questões, o gestor afirmou que no momento não há como apostar na moeda brasileira. Para ele, o Brasil necessita de mais força para poder lidar com o cenário internacional.

Por conta da atual situação no Brasil, a diversificação internacional tem sido cada vez mais necessária, segundo o gestor, cujas carteiras carteiras globais detêm apenas 30% dos ativos alocados em reais, concluiu a reportagem. Por outro lado, concluiu a Folha, uma das principais apostas na carteira dos fundos multimercados está hoje em posições que se beneficiam de um aumento dos juros pelo Fed, o banco central dos EUA.

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Itaú e as criptomoedas

O Itaú já travou várias batalhas judiciais no passado contra empresas de criptomoedas que tiveram suas contas encerradas pela instituição.

O negócio começou a mudar no início deste ano, quando o banco passou a falar sobre os investimentos no novo mercado, realizando até uma live sobre o assunto.

A instituição, contudo, foi uma das responsáveis pelo ETF de criptomoedas Hashdex Nasdaq Crypto Index (HASH11), criado e coordenado pelos bancos Genial e BTG Pactual.