Gemini se prepara para lançar contratos negociáveis de mercado de previsão

O pedido busca aprovação para operar a “Gemini Titan”, que oferece contratos de eventos regulamentados pelo governo dos EUA

gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss

Tyler e Cameron Winklevoss, fundadores da Gemini (Foto: Shutterstock)

A empresa controladora da exchange de criptomoedas Gemini está se preparando para entrar no mercado de previsão para gerar novas fontes de receita e compensar as dificuldades financeiras.

A Gemini Space Station solicitou aprovação à Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC) para lançar uma bolsa de derivativos em maio, registrando uma entidade chamada “Gemini Titan” para a operação de um “mercado de contratos designados”, de acordo com treze documentos públicos no site da CFTC.

A Gemini estava em negociações para lançar produtos relacionados ao registro o mais breve possível, informou a Bloomberg na terça-feira (4). A exchange pretende oferecer serviços diretamente, em vez de por meio de parcerias com terceiros.

Essa iniciativa a colocaria em concorrência com a Kalshi, o único outro mercado de eventos ativo regulamentado pela CFTC, e com a Polymarket, que está prestes a reabrir nos EUA.

Isso ocorre em um momento em que os mercados de previsão têm apresentado um aumento significativo na atividade, com o volume de negociação semanal atingindo um recorde histórico de US$ 2 bilhões na última semana de outubro.

Mas a incursão da Gemini nos mercados de previsão não é novidade.

Em agosto de 2024, a empresa de propriedade de Tyler e Cameron Winklevoss enviou uma carta de comentários à CFTC em resposta à sua proposta de regulamentação sobre contratos de eventos.

A Gemini argumentou que a regra excedia a autoridade estatutária da CFTC e alertou que a proibição generalizada de “contratos de eventos envolvendo jogos de azar” prejudicaria os mercados de previsão.

Caso a Gemini liste contratos de eventos nos EUA, provavelmente precisará operar por meio de um Mercado de Contratos Designados regulamentado pela CFTC, de acordo com a Lei de Bolsas de Commodities.

Essa designação exige que a bolsa cumpra 23 princípios básicos que abrangem áreas como vigilância de mercado, integridade financeira, padrões de governança e salvaguardas de sistema para garantir mercados justos e ordenados.

A entrada da Gemini nos mercados de previsão ocorre em um momento em que a operadora da exchange enfrenta dificuldades com a queda da receita, pesados ​​prejuízos líquidos e o declínio do envolvimento do público varejista após sua estreia pública em setembro.

As ações caíram cerca de 49% desde o IPO da empresa em meados de setembro, fechando em US$ 16,29 na terça-feira. As ações abriram a US$ 32 em seu primeiro dia de negociação, após serem precificadas a US$ 28 por ação, mas perderam cerca de metade de seu valor desde então. Embora a empresa tenha “comprovado seu modelo de negócios o suficiente para abrir capital”, parece que ainda precisa de “um negócio de destaque” próprio, disse Ryan Yoon, analista sênior da Tiger Research.

A empresa registrou um prejuízo líquido de US$ 282 milhões nos primeiros seis meses de 2025, quase o dobro do déficit de US$ 158 milhões registrado em todo o ano de 2024. A receita caiu para US$ 68,6 milhões no primeiro semestre de 2025, em comparação com US$ 74,3 milhões no mesmo período do ano anterior, de acordo com um documento protocolado na SEC em agosto.

Mais de 80% do volume de negociação da Gemini agora vem de clientes institucionais, e não de usuários de varejo, o que limita o potencial de crescimento em um mercado onde concorrentes como Coinbase e Robinhood têm uma presença mais forte no varejo.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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