Desde domingo, os jornais Folha de S. Paulo, Valor Econômico e a rádio Jovem Pan vem abordando o caso Bitcoin Banco, cujas corretoras de criptomoedas NegocieCoins e Tem BTC estão com os saques dos clientes travados. A cobertura acontece quase três meses do problema começar.
No domingo (11), um dos maiores jornais do país, a Folha de S. Paulo, deu a primeira matéria na grande imprensa com título: “Grupo que negocia criptomoeda é alvo de 200 processos com cobrança milionária”. O jornal destacou a falta de fundos da NegocieCoins para ressarcir os clientes.
Conforme a Folha, as centenas de ações variam entre de R$ 10 mil a R$ 12 milhões. Um dos exemplos citados é o da consultoria Work, que fechou um acordo para o pagamento de R$ 12,2 milhões mas nada recebeu. A dívida inicial era de R$ 39,2 milhões.
Segundo a reportagem, Johnny Pablo, presidente do grupo, disse que a assessoria de marketing da empresa entraria em contato com a Folha, o que não ocorreu.
Processos se multiplicam
O Valor Econômico também noticiou os problemas da empresa com a reportagem: “Cliente do GBB está há dois meses com conta bloqueada”.
O jornal ressalta que o Bitcoin Banco está há mais de dois meses (na verdade, são quase três meses) sem apresentar uma solução a seus milhares de clientes que não conseguem sacar nem reais nem criptomoedas.
Destacou, também, a velocidade na multiplicação de processos contra a empresa de Cláudio Oliveira “que até maio se promovia como o ‘rei do bitcoin'”, escreveu o jornal.
Abordou também relatos de que Oliveira teria feitos vários acordos, só que apenas teria pago o sinal — isso com confissões de dívidas em âmbito extrajudicial, diz a reportagem.
Jornalista critica criptomoedas
A crítica às criptomoedas, contudo, ficou para a jornalista Denise Campos de Toledo, comentarista do Jornal da Manhã da Jovem Pan.
Com a manchete “Investidores tomam calote de criptomoedas”, o assunto foi introduzido pelos apresentadores César Rosa e Oliveira Jr. na 2ª edição do jornal da segunda-feira (12).
“Clientes acusam corretora brasileira de bitcoins de sumir com o dinheiro”, disparou Oliveira Jr.
Rosa segue:
“A NegocieCoins já foi considerada uma das maiores empresas do mundo no mercado de criptomoedas, mas, desde junho, vem sendo alvo de centenas de processos e alega que é vítima de fraude”.
Toledo então comentou:
“Neste caso é desvio de quem administrava os investimentos”.
No entanto, a jornalista criticou as criptomoedas no âmbito da criptoeconomia.
“Não tem lastro, não tem uma regulamentação específica, não tem qualquer segurança em relação a esses registros do caso de roubo, não dá pra pessoa comprovar que tinha, de fato, esse direito”.
Toledo tratou as criptomoedas como ‘registro’, já que não existe a moeda física, e chamou o mercado de frágil.
“É mais um caso que mostra a fragilidade e a insegurança de quem investe em Bitcoins. Mesmo que haja lucros excepcionais em determinados momentos, também houve momentos de quedas acentuadas e são vários os casos de instituições que tiveram problema seríssimos com o roubo do registro, porque não existe a moeda física”.