FBI faz batida na casa de ex-executivo da corretora FTX

Autoridades dos EUA investigam se Ryan Salame e outros dirigentes da exchange falida usaram dinheiro de clientes para realizar doações políticas de US$ 24 milhões
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Na madrugada desta sexta-feira (28), o FBI (Federal Bureau of Investigation) revistou a casa em Washington de Ryan Salame, ex-executivo da falida corretora FTX, de acordo com uma reportagem do The New York Times.

Salame, que anteriormente foi um dos líderes da operação da FTX nas Bahamas, está sob investigação como parte da apuração sobre o colapso da exchange de criptomoedas.

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As autoridades estão analisando US$ 24 milhões em doações políticas que Salame fez durante as eleições legislativas do ano passado. Uma das possibilidades é que a maioria do total de US$ 90 milhões doados por ex-funcionários da FTX — inclusive para a campanha do polêmico representante republicano George Santos — foi retirado dos fundos dos clientes.

O Decrypt entrou em contato com o advogado de Ryan Salame, Jason Linder, que se recusou a comentar a investigação.

O patrimônio de Salame aumentou substancialmente durante o boom do mercado cripto, já que ele teria obtido US$ 87 milhões em bônus e empréstimos da empresa de formação de mercado da FTX, a Alameda Research.

Após o colapso da FTX em novembro, documentos judiciais obtidos pelo Wall Street Journal revelaram que Salame — então presidente da FTX Digital — avisou as autoridades das Bahamas do fato da exchange de criptomoedas estar usando fundos de clientes para cobrir perdas da Alameda.

De acordo com a reportagem do The New York Times, os promotores alegam que Bankman-Fried recrutou executivos — incluindo Salame, que ingressou na empresa em 2021 — para atuar como procuradores de sua empresa e doar dezenas de milhões de dólares para candidatos tanto Republicanos e Democratas.

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Durante uma sessão de “relações públicas”após a queda da FTX em 2022, Bankman-Fried disse em uma entrevista que doou aproximadamente o mesmo montante a ambas as partes.

“Todas as minhas doações republicanas foram escondidas”, disse Bankman-Fried, citando o caso Citizens United U.S. Supreme Court, que protegia doações políticas de corporações e sindicatos, levantando preocupações sobre o dinheiro corporativo na política.

Antes do colapso, a FTX era avaliada em US$ 32 bilhões. O fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, pode pegar prisão perpétua por conta de múltiplas acusações de lavagem de dinheiro, conspiração e fraude eletrônica.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.