EUA prendem ex-funcionário da Coinbase acusado de montar quadrilha criminosa

SEC diz que Ishan Wahi e duas outras pessoas lucraram mais de US$ 1 milhão ao formarem grupo para negociar com informações privilegiadas
Prisão

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Um ex-gerente de produtos da Coinbase e dois outros indivíduos operaram um esquema de informações privilegiadas (do inglês “insider trading”) durante um ano, gerando mais de US$ 1,1 milhão de lucro, afirmam autoridades federais americanas nesta quinta-feira (21).

Ishan Wahi, enquanto funcionário da corretora de criptomoedas com sede em São Francisco, supostamente forneceu informações relacionadas a futuras listagens de tokens na Coinbase a seu irmão, Nikhil Wahi, e a seu amigo, Sameer Ramani. A Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio dos EUA (ou SEC) afirmou ter denunciado o trio sobre o suposto esquema.

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Autoridades afirmam que Ramani e o irmão de Wahi usavam essas informações para comprar os tokens antes de a Coinbase anunciar suas listagens e, na sequência, vendê-las rapidamente para gerar lucro.

O Departamento Federal de Investigações dos EUA (FBI) prendeu os irmãos Wahi enquanto Ramani continua foragido, de acordo com o comunicado de imprensa do DOJ.

EUA acusam grupo de conspiração

O Departamento de Justiça dos EUA (ou DOJ) anunciou que todos os três indivíduos foram acusados de “conspiração por fraude eletrônica e fraude eletrônica com relação a um esquema de uso indevido de informações privilegiadas com ativos de criptomoedas ao usar informações confidenciais da Coinbase”.

“As acusações de hoje são outro lembrete de que a Web3 não é uma zona livre da lei. No mês passado, anunciei o primeiro caso de uso indevido de informações confidenciais envolvendo NFTs [tokens não fungíveis] e, hoje, anuncio o primeiro caso de uso indevido de informações confidenciais envolvendo mercados de criptomoedas”, afirmou o promotor Damian Williams no comunicado, referindo-se às denúncias contra o ex-gerente de produtos do OpenSea, Nate Chastain, em junho.

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O preço de moedas e tokens na Coinbase tende a disparar quando a corretora, que é a maior nos EUA, anuncia sua disponibilidade — isso é chamado de “o efeito Coinbase”. As informações que Wahi forneceu a seu irmão e a Ramani permitiu que estes comprassem criptomoedas antes de a Coinbase anunciar as listagens e vendê-las, gerando enormes lucros, alega a SEC.

“Conforme demonstrado pelo caso de hoje, seja em ações, opções, criptoativos ou outros valores mobiliários, iremos continuar nossa missão em identificar e combater o uso indevido de informações confidenciais em valores mobiliários sempre que o virmos”, afirmou Carolyn M. Welshhans, chefe interina da unidade ciber e de criptoativos da SEC.

Segundo a SEC, os três réus supostamente compraram cerca de 25 criptomoedas — pelo menos nove delas eram valores mobiliários, ou seja, ativos que poderiam oferecer retornos no futuro. O comunicado não especificou quais ativos o trio supostamente havia comprado.

Em abril, a Coinbase anunciou que não iria mais publicar uma pré-seleção de ativos que consideraria listar após um trader de ether (ETH) ter comprado US$ 400 mil em tokens antes de uma lista ser divulgada — e os ativos terem disparado 42% em 24 horas.

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*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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