Ethereum emitiu menos moedas do que o Bitcoin pela primeira vez na taxa diária

Evento raro ocorreu pelo aumento da atividade de NFTs na rede, que fez crescer a queima de ether
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Pela primeira vez na história a taxa de emissão diária de Ethereum foi menor do que a de Bitcoin, de acordo com dados compartilhados nesta sexta-feira (27) pelo analista do TheBlock, Lucas Outumuro.

Em uma série de tweets, o especialista explicou que na quinta (26), a inflação líquida do Ethereum estava em 3.574 ETH (1,11% anualizado), enquanto a do bitcoin foi de 900 BTC (1,75% anualizado). Isso significa que ontem, menos ether foi colocado em circulação do que BTC por causa de uma grande queima de taxas.

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“O recente aumento na atividade de NFT aumentou significativamente as taxas de Ethereum e a quantidade de ETH sendo queimado junto com elas. Isso levou a várias horas em que mais ETH foi queimado do que emitido, tornando-o efetivamente deflacionário durante breves períodos de tempo”, explicou Outumuro.

Emissão de Ethereum vs Bitcoin
Emissão de Ethereum vs Bitcoin. (Fonte: IntoTheBlock)

Atualmente, um novo bloco de ETH é minerado entre 10 e 20 segundos e duas moedas adicionais são colocadas em circulação. Já no caso do bitcoin, 6,25 BTC são gerados a cada bloco minerado no intervalo de 10 minutos.

Com a introdução do EIP-1559 na atualização do Ethereum do início do mês, um novo mecanismo de queima de tokens começou a fazer com que todo ether usado para custear transações fosse queimado ao invés de ir para os mineradores, como era feito até então.

Desse modo, a rede remove automaticamente as moedas de circulação à medida que novas são geradas, freando um aumento do número de tokens sem a introdução de um limite de oferta. Afinal, o fornecimento do Ethereum é infinito enquanto o bitcoin é limitado a 21 milhões de unidades.

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Apesar do BTC não ter um mecanismo de queima de tokens como o ethereum possui agora, um evento programado conhecido como halving do bitcoin, corta pela metade a recompensa dos blocos a cada quatro anos para conter a inflação da moeda.

Até então, a taxa de emissão anual de Ethereum era de cerca de 4%, enquanto a do Bitcoin ficava em torno de 1,8%. Embora o evento tenha sido um caso isolado, ele demonstra o potencial do Ethereum se tornar um ativo deflacionário com o passar do tempo.

Bitcoin vs Ethereum

Embora o Ethereum tenha superado o bitcoin na quinta (25), sair na frente da moeda líder do mercado de forma geral pode ser uma tarefa difícil. 

O Ethereum possui taxas mais altas, tem 20 milhões de endereços a mais do que o BTC e processa diariamente cinco vezes mais transações do que o concorrente, mas mesmo assim “continua a custar 40% do que vale o bitcoin”, apontou Lucas Outumuro.

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Apesar disso, o analista está confiante de que agora que está comprovada a eficiência do novo modelo deflacionário do Ethereum, a tendência é que a moeda suba de patamar e entre para uma categoria “premium” de ativos como o bitcoin.

“Os investidores têm valorizado historicamente BTC e ETH de forma diferente. Com a fusão da cadeia beacon esperada no início do próximo ano (Ethereum 2.0), o ETH caminha para se tornar deflacionário em breve. Em última análise, isso alinha os usuários e detentores em relação ao Ethereum se tornar a reserva de valor da internet descentralizada”, conclui Outumuro.