O criador ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, de 31 anos, se sente “quebrado” e “uma das pessoas mais odiadas no mundo”. Para ele, não há nada que possa ser feito para mudar sua percepção negativa com o público. Esses sentimentos estão presentes em 250 páginas de escritos feitos por ele desde sua prisão domiciliar em dezembro do ano passado.
O manuscrito foi vazado para a cripto jornalista/YouTuber Tiffany Fong, que posteriormente o compartilhou com o The New York Times, que publicou parte do material esta semana.
Bankman-Fried está sob custódia aguardando julgamento no próximo mês, tendo sido acusado de uma infinidade de supostos crimes, incluindo fraude eletrônica, lavagem de dinheiro, uso indevido de fundos de clientes e violações da lei de financiamento de campanha.
Alguns dos escritos vêm na forma de uma série planejada (mas não publicada) de tweets de justificativas sobre seu papel no colapso multibilionário da FTX e de 130 entidades afiliadas, a maior falência na história do setor até agora.
“Estou falido e uso uma tornozeleira eletrônica e sou uma das pessoas mais odiadas do mundo”, disse ele. “Provavelmente nunca haverá nada que eu possa fazer para tornar o impacto da minha vida positivo”.
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Bankman-Fried também transfere a culpa pelo colapso para alguns de seus colegas, mais notavelmente sua ex-namorada e ex-CEO da Alameda Research, Caroline Ellison. Bankman-Fried é acusado de ter enviado fundos de clientes para a Alameda Research para reforçar seu balanço patrimonial depois que a empresa de trading sofreu pesadas perdas em várias negociações ruins.
Num outro documento divulgado a Fong, Bankman-Fried escreve sobre Ellison: “Ela evitou continuamente falar sobre gestão de risco – esquivando-se às minhas sugestões – até que fosse tarde demais. […] Cada vez que eu chegava com sugestões, isso só fazia ela se sentir pior. Tenho certeza de que ser seu ex-namorado não ajudou”.
Em outra parte do vazamento, Bankman-Fried alega ignorar que a Alameda estava se apropriando de fundos de clientes usando uma conta chamada “fiat@” até ouvir um grupo de seus funcionários (incluindo Ellison) falando sobre isso na primavera de 2022 (outono no Brasil).
O ex-CEO afirma que nunca fez mau uso do dinheiro dos clientes.
Esta semana na FTX…
Vários meses após o colapso repentino e dramático da FTX, a batalha de Bankman-Fried com as autoridades continua a ser, sem dúvida, uma das maiores histórias da indústria neste momento, juntamente com a batalha de três anos da Ripple contra a SEC.
Na terça-feira, o juiz Lewis A. Kaplan rejeitou o pedido de Bankman-Fried de liberdade, a fim de se preparar para o seu próximo julgamento. Kaplan refutou o apelo, dizendo que o tempo concedido a Bankman-Fried foi suficiente.
Na quarta-feira, o juiz John Dorsey, que supervisiona o processo de falência, aprovou a proposta da FTX de vender US$ 3,4 bilhões em Solana, Ethereum, Bitcoin e outras criptomoedas.
A Galaxy Digital de Mike Novogratz é a gerente de investimentos nomeada para supervisionar a venda que, de acordo com o plano, está atualmente limitada a US$ 100 milhões em tokens por semana, mas pode ser aumentada para US$ 200 milhões com base em tokens individuais.
Na quinta-feira, a Bloomberg publicou um artigo detalhando como os pais de Bankman-Fried apoiaram sua ascensão. Seu pai esteve presente em reuniões onde foram discutidas questões de marketing de tokens FTX e questões tributárias.
*Traduzido por Rodrigo Tolotti com autorização do Decrypt.
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