Esposa do Faraó do Bitcoin manteve empresas no exterior para lavar dinheiro da GAS Consultoria, diz O Globo

Segundo reportagem, uma das empresas descobertas funcionava na Colômbia e usava membros a família de Mirelis Zerpa como “laranjas” em troca de dez bitcoins
Mirelis Yoseline Diaz Zerpa- Esposa do Faraó do Bitcoin

Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, esposa do Faraó do Bitcoin (Foto: Reprodução/YouTube)

A família da venezuelana Mirelis Zerpa, esposa de Glaidson dos Santos, o “Faraó do Bitcoin”, manteve uma rede de empresas no exterior para lavar dinheiro da GAS Consultoria, a pirâmide financeira criada por Glaidson.

Segundo reportagem do jornal O Globo desta terça-feira (18), a nova informação decorre de clientes lesados que foram ouvidos por especialistas locais.

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Um dessas companhias funcionou na Colômbia por cerca de três anos para injetar dinheiro de origem desconhecida no mercado de câmbio local. A empresa, identificada como Consultoria Y Tecnologia Avanzada S.A.S, estev operacional entre março de 2020 e dezembro de 2022 na cidade colombiana de Medellín.

O objetivo, segundo as testemunhas, seria lavar dinheiro para ocultar os ganhos oriundos de golpes em vários países do esquema transnacional de pirâmide financeira criado pela GAS Consultoria.

Conforme apurou O Globo, a Consultoria Y Tecnologia Avanzada foi registrada nos nomes de Noiralis Zerpa, irmã de Mirelis, e Juan Pablo Bonilla Guzman, que teriam sido usados como ‘laranja’’.

Noiralis também é investigada por ter recebido 10 bitcoins em uma conta na Binance em dezembro de 2021; na época, esse conjunto de BTCs valia mais de R$ 2 milhões.

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Sobre o esquema montado por Glaidson e Mireles, outras duas empresas no mesmo formato da GAS Consultoria já haviam sido identificadas, sendo uma Portugal, “KasteloKódigo Unipessoal Ltda”, e outra nos EUA, “EYD Investment”, cuja sede era em Miami, descreve a publicação.

No caso da EYD, trata-se de uma empresa na modalidade LLC, onde os sócios não precisam residir nos EUA. De acordo com um auditor da Receita Federal consultado pelo O GLOBO, essas empresas podem ser usadas em operações de lavagem de dinheiro no exterior, “pois os seus donos não são obrigados a declarar a movimentação financeira ao fisco americano”.

Procurados pelo O Globo, os advogados de Mirelis, Ciro Chagas e André Hespanhol, disseram que não têm qualquer informação sobre as pessoas e empresas citadas.

Esposa do Faraó do Bitcoin

Apesar de ter recebido um habeas corpus no ano passado — após ter gravado uma série de vídeos se defendendo das acusações contra a Gas Consultoria, Mirelis está foragida do Brasil desde que Glaidsoin foi preso na Operação Krytpos da Polícia Federal, em agosto de 2021. 

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Ela é acusada de formar junto com o marido uma organização criminosa suspeita de prática de pirâmide financeira, cuja isca era investimentos em criptomoedas, além de uma acusação de homicídio contra Glaidson.

Ele criou os negócios fraudulentos a partir da cidade de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, onde prometia até 10% de rendimentos ao mês para as pessoas que aportavam dinheiro na empresa.

Quando foi alvo da PF e MPF, as autoridades encontraram na casa de Glaidson várias malas de dinheiro, contendo pelo menos R$ 13 milhões, carros de luxo, joias e 591 bitcoins. 

No fim de dezembro, a Justiça do Rio de Janeiro decidiu que Glaidson Acácio dos Santos vai a júri popular por acusação de homicídio agravado pela prática de extermínio de seres humanos.