O Bitcoin segue operando em forte alta e chegou a ser negociado acima de US$ 8.000 nesta segunda (13) mas teve um leve recuo e é cotado a US$ 7.850 às 21:00, horário de brasília.
O BTC agora acumula alta superior a 100% apenas em 2019 e especialistas explicam os motivos para o movimento de alta, que pode ainda ultrapassar os US$ 65 mil.
Hélio Silva, CEO da startup Cloudbit.me e fundador do projeto Bitcoinkids, associa a alta a notícia de que a Bakkt vai oferecer contratos futuros de bitcoin focando no mercado institucional.
Essa era uma notícia que estava sendo bem esperada pelo mercado e que já havia expectativa que ela impulsionaria o preço da criptomoeda para cima.
Para ele, isso seria um incentivo para que grandes empresas injetem grandes cifras de dinheiro institucional na criptoeconomia, o que faria com que o preço do Bitcoin aumentasse.
“A alta se deu mais por conta do anúncio que Bakkt fez da atualização dos contratos futuros que ela vai trabalhar. Eles estão se resguardando tanto em fazer a custódia quanto trabalhar lado a lado com o estado de Nova York”.
Silva, no entanto, acredita que pode haver ainda uma correção, mas que essa não fará o Bitcoin cair mais do que US$ 6.500.
“Hoje está bem consolidado. Se houver alguma correção será entre US$ 7.000 e US$ 6.500. Tem um forte suporte para ter uma queda. Para isso acontecer tem de ter mais gente vendendo, do que comprando”.
Bitcoin impulsionado
Fernando Ulrich, analista-chefe da XDEX, afirma que esse tipo de alta é algo que o mercado não espera e recomenda cautela com toda euforia em volta dessa valorização da criptomoeda.
“Não tem como esperar nenhum rompimento deste. Sem dúvida que hoje bateu a máxima do ano cerca de R$31 mil. Isso corresponde a 100% de ganho em 2019. Ela exige cuidado, porque toda alta eufórica não tende a se sustentar”.
Ulrich concorda com Silva e também associa a alta notícia da Bakkt começar a operar de forma regulada em Nova York.
“A Bakkt tem uma proposta bem completa de fornecer a clientes e investidores institucionais uma plataforma regulada para negociação e também contratos futuros e custódias de ativos digitais, além de permitir usuários comuns a usar e pagar com Criptomoedas.”
Ele explica ainda que a notícia da Bakkt foi bastante importante, pois essa proposta envolve ainda nomes fortes do mercado como a Microsoft e a Starbucks.
Tanto Ulrich quanto Silva acreditam que isso trará grandes investidores para a criptomoeda. Ulrich, no entanto, aponta que o lado que tem de ser visto é que a alta também está atrelada ao melhor entendimento do uso do Bitcoin.
Utilidade da criptomoeda
O economista explica que ainda que há outros pontos que devem ser considerados. Um deles é que há um interesse maior de investidores a aplicar em criptomoedas.
“A Siberity investment fez uma pesquisa com mais de 400 investidores. Quase metade tinha vontade de investir em criptoativos. O mercado está começando a entender a utilidade”.
Na visão de Ulrich pode haver uma migração de investidores de commodity e ativos, que está em baixa no mercado internacional para o setor de criptomoedas.
Pelo fato de ser um mercado ainda novo e pequeno qualquer número que pode fazer a diferença. “Ainda é um mercado comparado com os demais”, afirma.
Para o economista, esse momento é mais de alta do que de baixa do Bitcoin.
“O mercado já vinha ressonando nesse ano de 2019 depois de 2018 com uma forte correção expurgando todos aqueles excessos que tivemos por vários indicadores. Uma série de informações já vinha mostrando que estávamos muito próximo do fundo do poço e que daqui para frente teremos mais altas do que baixas.”
Mas ele alerta que “pode ter uma correção nos próximos dias”.
Para o alto e avante
Fausto Botelho, CEO da Enfoque e analista técnico de Valores Mobiliários, afirma que esse rompimento de mais de US$ 7.000 pode ser o prenúncio de uma nova alta do Bitcoin. Nisso, ele aponta que a criptomoeda pode passar a valer US$65 mil ou até US$350 mil.
Para uma melhor compreensão, o analista enviou ao Portal do Bitcoin um gráfico que mostra detalhadamente os ciclos desse ativo digital desde 2010, quando o Bitcoin valia US$ 0,10.
Botelho sinaliza que no primeiro ciclo de alta o Bitcoin passou a bater marca de um pouco mais de US$ 1 mil, mas que depois veio um fundo em 2015 trazendo a criptomoeda para US$ 200 e, a partir daí, o mercado vivenciou uma nova alta no final do ano de 2017, chegando a valer US$ 20.000.
Na visão de Botelho, o que está prestes a acontecer é uma nova alta que pode ser igual a primeira, a qual pode trazer uma supervalorização desse ativo digital numa visão bem otimista, ou na visão mais realista ela pode atingir a duas possíveis altas: repetir “a onda III” por inteiro ou somente “uma alta que houve entre os ciclos 3 e 5 da onda III”, que ocorreu em 2017.
“Uma hipótese mais modesta é se ele copiar o último pedaço da alta que teve em 2017, teremos a contar do fundo de dezembro do ano passado uma alta com o Bitcoin valendo US$ 65 mil. Os US$ 350 mil é se houver uma alta repetindo a onda três no que parece mais um movimento de alta de longo prazo”.
Padrão Satoshi
Botelho afirma que fazer a análise de Bitcoin é diferente de estudar ações. “O Bitcoin começou do zero e as ações já entram no mercado com um valor. Estamos vendo algo completamente novo. Para mim, futuramente será tudo tokenizado”.
Ele conta que o Satoshi pode vir a ser o novo padrão como é hoje o dólar e um dia já foi o ouro.
“Entendo que o que estamos vendo florescer é um novo padrão monetário mundial. Não será o Padrão Bitcoin, mas será o padrão “SAT” de Satoshi. Pois as coisas não serão cotadas em zero alguma coisa de Bitcoin caso ele venha valer mais de US$ 100 mil”.
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