Empresas de criptomoedas ajudam a pagar reforma de US$ 300 milhões da Casa Branca

Coinbase, Ripple, Tether e outros gigantes do setor de criptomoedas estão entre os financiadores do novo salão de eventos da Casa Branca

Imagem frontal da Casa Branca nos EUA

Frente da Casa Branca, em Washington D.C. (Shutterstock)

A Casa Branca deve ganhar um novo salão de eventos avaliado em cerca de US$ 300 milhões, financiado integralmente por doações privadas. E grandes líderes do setor de criptomoedas e tecnologia são alguns dos maiores financiadores da nova seção.

O projeto, anunciado pela administração de Donald Trump, ocupará o espaço da antiga Ala Leste, que começou a ser demolida em outubro, e já se tornou um dos temas mais comentados em Washington devido à lista de doadores.

De acordo com informações divulgadas pela Casa Branca, o novo salão terá mais de 8 mil metros quadrados e será construído sem o uso de dinheiro público. Entre os financiadores, figuram nomes de peso como Coinbase, Ripplee Tether, todas companhias do setor de criptoativos, além de gigantes da tecnologia como Apple, Amazon, Google e Meta.

Investidores bilionários, incluindo os irmãos Cameron e Tyler Winklevoss — fundadores da exchange Gemini e figuras conhecidas no mercado cripto —, também aparecem entre os apoiadores do projeto.

A decisão de erguer uma estrutura desse porte dentro da Casa Branca com recursos de empresas privadas levantou dúvidas sobre possíveis conflitos de interesse e o nível de influência que esses grupos podem vir a exercer sobre o governo.

Especialistas em ética pública ouvidos por veículos como a Al Jazeera afirmam que o financiamento privado de instalações oficiais pode violar a chamada “Anti-Deficiency Act”, lei que restringe o uso de contribuições externas em funções governamentais sem aprovação do Congresso. Ainda assim, o governo Trump insiste que todas as doações seguem os protocolos legais e que não haverá contrapartidas aos doadores.

O custo do salão, inicialmente estimado em US$ 200 milhões, já subiu para US$ 300 milhões, e parte das contribuições parece estar vinculada a acordos paralelos. Segundo veículos internacionais, empresas como a Alphabet, controladora do Google, teriam comprometido aportes de mais de US$ 20 milhões como parte de resoluções de disputas anteriores com Trump.

A iniciativa é vista por analistas políticos como um símbolo do novo alinhamento entre o ex-presidente e o setor de tecnologia e finanças digitais, especialmente as empresas de criptomoedas, que buscam maior influência regulatória nos Estados Unidos. A presença de gigantes do setor entre os doadores indica que o lobby cripto continua a ganhar espaço em Washington, sobretudo em um momento em que Trump tem se mostrado cada vez mais aberto a pautas de inovação financeira e favorável à desregulamentação do setor.

Ao mesmo tempo, críticos apontam que o projeto representa um risco de privatização simbólica de um dos principais ícones da política americana. A demolição acelerada da Ala Leste antes da conclusão de todos os trâmites regulatórios também gerou questionamentos sobre a pressa em iniciar as obras.

Para Trump e seus aliados, no entanto, o novo salão será um marco arquitetônico e um símbolo da “nova era” da Casa Branca. Para seus opositores, trata-se de mais um exemplo de como a fronteira entre poder público e interesses privados se torna cada vez mais difusa na política americana contemporânea.

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