Empresa que gere US$ 1,3 trilhão de ativos lança ETP de bitcoin na Europa

Enquanto EUA esperam por ETF puramente de bitcoin, europeus têm acesso a produto parecido
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Foto: Shutterstock

A Invesco, empresa americana de investimentos que possui US$ 1,3 trilhão de ativos sob gestão, firmou uma parceria com a fornecedora de índices cripto CoinShares para lançar um produto negociado em bolsa (ou ETP, na sigla em inglês) lastreado em bitcoin (BTC).

Um ETP é parecido com um fundo de índice (ou ETF) por rastrear o desempenho de uma ativo específico ou instrumento financeiro.

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Bem importantes para investidores tradicionais, esses instrumentos financeiros facilitam a obtenção de exposição a cripto sem ter de armazenar o ativo. ETPs lastreados em cripto também estão ganhando forma na Europa, principalmente na Alemanha e na Suíça.

Listado no Deutsche Börse Xetra, o mercado alemão acionário para fundos de capital e ETFs, o ETP Invesco Physical Bitcoin (BTIC) é 100% lastreado em alocações em bitcoin.

BTIC rastreia o índice CoinShares Bitcoin Hourly Reference Rate para apresentar seu desempenho de preço, menos uma taxa anual e fixa de 0,99%.

Serviços de custódia para o novo produto são fornecidos pela Zodia Custody, uma empresa britânica de criptoativos registrada na Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido (ou FCA).

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A Invesco foi uma das primeiras empresas americanas a solicitar um ETF de futuros de bitcoin em agosto, logo após Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio dos EUA (ou SEC), ter sugerido uma preferência para tal produto em vez de um ETF puramente de bitcoin, diretamente ligado ao ativo.

No entanto, a empresa decidiu não seguir em frente com sua solicitação em outubro, citando a insistência da reguladora na exposição de 100% aos futuros de bitcoin, além de outros motivos.

A mudança de direção da Invesco

Ao comentar sobre a decisão de lançar um ETP puramente de bitcoin na Europa em vez de um produto baseado em futuros de bitcoin, Gary Buxton, líder da EMEA ETFs e de estratégias indexadas na Invesco, afirmou que “bitcoin puro é um mercado bem mais visível”.

“Uma das nossas preocupações foi a profundidade da liquidez sintética, bem como o que isso pode fazer com as avaliações ao longo do tempo e é algo com o qual não estamos completamente confortáveis”, afirmou Buxton em entrevista ao ETF Stream.

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Ele também revelou que BTIC está sob desenvolvimento desde 2018 conforme a Invesco “tenta estruturar um produto que parecia, a partir de uma perspectiva institucional, o mais próximo possível de um ETF tradicional”.

De acordo com Buxton, grande parte das discussões da Invesco com clientes era sobre formas de obter exposição à maior criptomoeda do mundo e como se sentir confortável com sua avaliação.

Enquanto isso, em termos nacionais, a Invesco ainda espera obter aprovação de seu ETF spot de bitcoin, enviado em conjunto com a Galaxy Digital em setembro.

No entanto, na expectativa de que a SEC conceda o lançamento de tal produto, uma iniciativa de um ETP europeu de bitcoin é bem justificável, pelo menos da perspectiva dos investidores.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização de Decrypt.co.