Drex vai usar tokenização de ativos para agilizar crédito e transações, diz Galípolo

Presidente do BC destaca que a combinação entre tokenização e contratos inteligentes vai facilitar o uso de ativos como colateral para obtenção de crédito e garantias

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Gabriel Galípolo (Foto: fernando Martines/Portal do Bitcoin)

O Drex não é uma Central Bank Digital Currency (CBDC) no sentido clássico do conceito e está cada vez mais migrando para ser uma plataforma para tokenização de ativos. A tese foi exposta nesta quarta-feira (6) pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante palestra na Blockchain Rio. 

Para explicar seu ponto, Galípolo antes definiu alguns conceitos, entre eles o fato de que o CBDC foi pensado para ser uma moeda emitida de forma direta pelo Banco Central, e que isso é uma novidade nos sistemas monetários. 

“É consenso entre bancos centrais que a oferta de moedas é algo que parte dos bancos abaixo do BC e que são eles que podem decidir colocar em circulação mais ou menos moeda. Os bancos centrais não controlam o agregado de quantidade de moedas, mas sim a taxa de juros, para inibir ou estimular que os bancos concedam mais ou menos crédito”, afirmou.

Segundo o executivo, o CBDC “bagunça um pouquinho isso”, por ser a ideia de uma moeda realmente emitida pelo Banco Central. “Você encurta esse caminho entre a ponta do dinheiro chegando, que hoje é feita pela intermediação bancária.”

Galípolo então chega ao seu ponto central da discussão: “No caso do Drex, não configura exatamente isso. Ele está muito mais relacionado com o processo de tokenização de ativos.”

O presidente do BC ressaltou que com a junção de tokenização de ativos e contratos inteligentes (smart contracts), será possível de maneira muito mais fácil apresentar ativos como colateral para levantar recursos e gerar uma garantia. 

“O Drex cada vez mais são soluções, independente da tecnologia que está sendo utilizada, que visam buscar através da tokenização de ativos de smart contracts facilitar questões de colateralização de ativos para crédito e transações com menos fricção”, disse. 

Além disso, Galípolo afirmou que tem defendido a ideia de que os problemas que a proposta original do CBDC busca resolver podem ser facilmente solucionados por meio de sistemas de pagamento instantâneo, como o Pix.

Por fim, Galípolo apontou que o BC parou de definir o Drex como uma infraestrutura DLT (Tecnologia de Registro Distribuído). “Por que não estou falando de DLT? Pois estamos cada vez mais tendo clareza e migrando para a ideia de que a tecnologia tem que ser agnóstica. A gente quer resolver um problema. Qual é o problema que temos que resolver? E qual a tecnologia disponível e mais adequada para conseguir resolver esse problema?”. 

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