Cláudio Oliveira, dono do Grupo Bitcoin Banco (GBB), declarou à Receita Federal que possuía passado 25 mil bitcoins no ano passado, de acordo sua Declaração Anual de Imposto de Renda de 2019. O documento foi obtido pelo Cointelegraph.
Se a posse das criptomoedas permanece, elas valem hoje cerca de R$ 900 milhões, o que talvez seja suficiente para o empresário pagar alguns dos saques travados.
Conforme a publicação, a carteira e o endereço que relativos aos bitcoins não foram informados no documento. O saldo declarado, diz o site, não pode ser ligado com os negócios das empresas do GBB pelo fato de ser uma certidão pessoal.
No entanto, sendo Oliveira o responsável pelas firmas da instituição, o montante pode ser utilizado para o ressarcimento de clientes, apontaram especialistas à reportagem.
Negociações com bitcoin
Conforme outro ponto da matéria, na DIRPF inclui também venda de “grandes quantidades do criptoativo” e também carros de luxo que já foram bloqueados pela Justiça.
Segundo a incursão do site, “foram negociados por ele, pessoalmente, durante o ano de 2018, R$ 34.359.317,36 em Bitcoins — ou cerca de 1.447 BTCs” — ficando o saldo 25.000 BTCs.
Ainda segundo a matéria, as negociações envolveram a NegocieCoins, corretora de criptomoedas que pertence ao GBB, Intermediação e Serviços Online, entre outras.
Bitcoin Banco desaprova vazamento
Procurada, a assessoria do Grupo Bitcoin Banco enviou ao Portal do Bitcoin a seguinte nota:
“O ato de tornar público e sem qualquer justa causa documentos confidenciais, sigilosos ou reservados de qualquer cidadão, no caso em questão, a Declaração de Imposto de Renda de pessoa física, implica em crime previsto no Código Penal (art. 153) e em violação ao direito de intimidade (art. 5, X, da Constituição da República Federativa do Brasil). Por fim, necessário esclarecer que os dados da pessoa física se distinguem totalmente de qualquer pessoa jurídica integrante do grupo”.
Empresário está sem passaporte
No mês passado, a Justiça do Paraná reteve o passaporte de Claudio Oliveira, após suspeita de que ele poderia deixar o país rumo à Suíça no dia 21 de agosto —conforme uma reportagem n’O Globo.
A decisão foi proferida pela juíza Thalita Bizerril Duleba Mendes, da 15ª Vara Cível de Curitiba um dia antes da suposta viagem marcada.
Crise do Bitcoin Banco
Desde o dia 17 de maio que o Bitcoin Banco vem segurando os saques de clientes. A empresa afirmou que a crise ocorreu devido a uma invasão hacker, que gerou R$ 50 milhões de prejuízo.
O GBB disse, por meio de seu presidente à época, Cláudio Oliveira, que alguns clientes mal-intencionados teriam efetuado saques duplos. A empresa chegou a levar o caso à polícia.