A Solana (SOL) é a moeda que mais desvalorizou nas últimas 24 horas entre os dez criptoativos mais importantes da indústria e registra queda de 12% nesta sexta-feira (17), segundo o CoinMarketCap.
O cenário de hoje é bem diferente do visto nas últimas semanas em que a Solana se tornou a ‘queridinha’ do mercado, batendo recorde atrás de recorde de preço.
Embora seja influenciada pela correção que faz boa parte das criptomoedas caírem nesta sexta, a SOL parece ser mais afetada desde quarta (15), quando a sua rede ficou 17 horas fora do ar.
Naquele dia, a blockchain da Solana foi atingida por uma avalanche de bots que tentavam enviar 300 mil transações por segundo. Embora a SOL consiga processar 65 mil transações por segundo — uma taxa muito maior do que as 5-7 transações por segundo do Bitcoin e 15 do Ethereum —, o volume inesperado causou um congestionamento e forçou os validadores a reiniciar a blockchain.
Além de ter afetado o funcionamento da rede, o evento desastroso teve um impacto direto no preço da moeda que caiu 15% nas horas seguintes ao caso. Após bater uma mínima de US$ 144 naquele dia, a SOL conseguiu recuperar parte dos ganhos.
Nesta sexta, no entanto, a moeda interrompeu a recuperação e desabou até atingir uma mínima de US$ 135, a cotação mais baixa em quase três semanas. Agora a SOL acumula uma perda de 22% nos últimos sete dias.
O sobe e desce da Solana
A Solana é uma blockchain que surgiu em março de 2020,integrada ao mundo das finanças descentralizadas (DeFi), e que no curto tempo em que opera no mercado, mostrou potencial de ser uma “Ethereum killer” por ser mais escalonável e barata do que a concorrente.
Nos últimos tempos, o ecossistema da SOL aproveitou o hype dos tokens não fungíveis (NFT) para atrair usuários e aumentar o seu valor de mercado, atingindo um pico de US$ 60 bilhões em 9 de setembro. Naquele mesmo dia, a SOL bateu um recorde de preço de US$ 214 e se tornou a 7ª maior criptomoeda do mercado, deixando para trás Dogecoin e Polkadot.
O ataque de quarta-feira caiu como um balde de água fria na comunidade que se animava com o potencial da Solana e apontou fragilidades que ainda existem no projeto.
O validador da Solana Tomáš Eminger testemunhou de perto os desdobramentos do ataque e contou à jornalista Laura Shin que naquele dia, os validadores tiveram que esperar cerca de seis horas para ter uma orientação direta da Fundação Solana de como prosseguir após a rede sair do ar.
Quando a fundação coordenou a reinicialização da rede através de um hard fork, foi identificado um bug que precisou ser corrigido através de uma nova versão do software, fazendo a rede só voltar ao ar às 5h da manhã do dia seguinte.
“Eu proporia fortalecer a cadeia e o software para lidar com essa quantidade de transações – não para processá-las, mas para negá-las. […] Na hora havia apenas comunicação entre a comunidade e não tanto dos caras de Solana – eles estavam um pouco cegos”, disse o validador à Shin.