CVM retoma hoje julgamento da Bluebenx em caso de fraude com criptomoedas

A pirâmide Bluebenx e seus sócios começaram a ser julgados em maio, mas um dos diretores da CVM pediu vista e suspendeu o processo

Tela de celular mostra logo da Comissão de Valores Mobiliários do Brasil CVM

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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) retoma nesta terça-feira (5), às 15h, o julgamento da empresa Bluebenx. Além da companhia, acusada de ser uma pirâmide financeira, são julgados Roberto de Jesus Cardassi, William Tadeu Batista Silva, Renato Sanchez Gonzalez Junior e Andre Massao Onomura.

Segundo a autarquia, eles são julgados por “suposta realização de operação fraudulenta no mercado de valores mobiliários e de oferta pública de valores mobiliários sem a obtenção de registro ou de sua dispensa”.

O julgamento do processo teve início no dia 20 de maio, mas foi suspenso após o diretor João Accioly pedir vista.

Até o momento, o relator do processo, diretor Otto Lobo, já apresentou seu voto favorável à condenação da Bluebenx, propondo multa no valor total de R$ 18 milhões.

Para os executivos, o diretor votou pela condenação de Cardassi, com multa de R$ 4 milhões e suspensão de suas atividades no mercado por 96 meses. Para William Tadeu Batista Silva, Otto Lobo propôs multa de R$ 2,3 milhões e suspensão por 87 meses.

Leia também: Justiça responsabiliza advogado e diretora de compliance em esquema de pirâmide Bluebenx

Em relação a Renato Sanchez Gonzalez Junior e Andre Massao Onomura, o relator votou pela absolvição de ambos, argumentando que eles já não faziam parte do quadro societário da Bluebenx no período em que os tokens que motivaram o processo foram ofertados ao público.

O caso da Bluebenx

A Bluebenx foi fundada em 2017 e atraiu milhares de investidores. Dois anos depois, a empresa entrou na mira da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que entrou com processo por avaliar sua operação como uma oferta irregular de investimentos.

Em 2022, quando suspendeu os saques, a Bluebenx justificou a interrupção dos pagamentos alegando ter sido vítima de um ataque hacker “extremamente agressivo”. Porém, um tempo depois ela mudou a narrativa alegando ter sido vítima de um golpe de falsa listagem.  

O então advogado da companhia, Assuramaya Kuthumi, afirmou na época que a empresa havia perdido R$ 160 milhões no incidente. Evidências on-chain, no entanto, localizaram uma perda de apenas R$ 1,1 milhão em tokens que a Bluebenx supostamente perdeu ao cair em um esquema de falsa listagem, transferidos posteriormente para a corretora Binance, segundo apuração do Portal do Bitcoin na época.

Detido em Portugal ano passado e deportado para o Brasil, Cardassi passou cerca de três meses preso e foi solto no dia 15 de maio de 2025. William Tadeu estaria desaparecido, mas uma defesa apresentada recentemente mostrou que ele estaria na Flórida, Estados Unidos, no que alegou ser uma medida de proteção, por conta de ameaças contra sua vida, e não de fuga do país.

Cardassi foi convocado para falar na CPI das Pirâmides Financeiras na condição de testemunha, mas não compareceu por estar foragido na ocasião. Em seu relatório final, a CPI recomendou que o Ministério Público fosse atrás de Roberto Cardassi para apurar sua conduta na Bluebenx e, se necessário, propor uma ação penal.

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