Criadores de gestora falida querem R$ 130 milhões para criar nova corretora de criptomoedas

Processados, ex-donos da gestora 3AC pretendem nomear nova corretora de GTX e indicam que foco da exchange será em clientes da FTX
Homem coloca dinheiro no bolso do casaco

Shutterstock

Os empresários Su Zhu e Kyle Davies, fundadores da falida firma de investimento cripto Three Arroows Capital (3AC), estão tentando levantar US$ 25 milhões – cerca de R$ 130 milhões – em investimentos para lançar uma nova corretora de criptomoedas no mercado.

O foco da dupla é atrair os clientes da FTX que estão com fundos presos na companhia fundada por Sam Bankman-Fried. As informações são do portal The Block. A reportagem afirma que teve acesso ao material de duas apresentações que os empresários fizeram para possíveis investidores.

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O grande trunfo da corretora será permitir que clientes da FTX transfiram seus fundos para a nova exchange e, com isso, recebam créditos em um token novo que será chamado de USDG.

Até o nome da nova corretora tem o foco de aproveitar o vácuo da firma de Sam: a empresa irá se chamar GTX, pelo fato de a letra “G” vir logo depois de “F” no alfabeto, indicando que se trata de uma sucessão.

A dupla da 3AC irá se juntar com Mark Lamb e Sudhu Arumugam, que fundaram a corretora Coinflex – a empresa que também está passando por um momento de restruturação. O objetivo é usar a tecnologia da Coinflex e a expertise do time jurídico para criar o novo empreendimento.

Segundo as apresentações, o grupo quer lançar a corretora em fevereiro e preveêm um mercado de US$ 20 bilhões.

Dupla em apuros

A Three Arrows Capital faliu em julho, depois que um tribunal das Ilhas Virgens Britânicas ordenou sua liquidação. A empresa com sede em Cingapura foi duramente atingida pelo colapso do projeto Terra em maio.

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Em entrevista para a Bloomberg, Zhu e Davies atribuíram o rápido colapso do 3AC a especulações otimistas demais por parte deles, pois Zhu afirmou que se “posicionaram por um tipo de mercado que acabou não acontecendo”.

Os empresários também atribuíram o colapso do 3AC à exposição excessiva aos tokens terra (LUNA) e staked ether (stETH), bem como ao fundo Bitcoin Trust (GBTC) da Grayscale. Zhu disse que, no caso do Terra, ele não havia notado os sinais de alerta no início. “O que deixamos de perceber era que LUNA foi capaz de chegar a praticamente zero em uma questão de dias”, afirmou”.

Mas o liquidantes da empresa não parecem acreditar em um simples engano : a dupla está sendo processada por possível má gestão e fraude.

Os credores da 3AC anunciaram no ano passado que apreenderam US$ 35,6 milhões em dinheiro mantido pela empresa em bancos de Singapura.

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Eles também conseguiram recuperar mais alguns milhões com a negociação de tokens e querem autorização de um tribunal para obter US$ 30 milhões com a venda do iate de luxo “Much Wow”, dos donos da empresa.

Os credores afirmaram que os fundadores da 3AC “falharam repetidamente em se envolver” com os liquidatários – incluindo uma reunião do Zoom em que eles mantiveram o vídeo desligado e os microfones silenciados durante a chamada.

“O advogado de Cingapura forneceu endereços de e-mail para entrar em contato com os fundadores; no entanto, os fundadores e seus advogados não responderam às comunicações dos liquidatários ”, dizia o documento de sexta-feira.

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