Criador da FTX diz que corretora virou um “galpão vazio cheio de monitores”

Em carta aos funcionários da exchange quebrada, Sam Bankman-Fried admite que “congelou diante da pressão” nos momentos agudos da crise
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O criador e ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, o SBF, enviou uma carta na terça-feira (22) para os funcionários da corretora de criptomoedas se desculpando e tentando mostrar seu ponto de vista sobre os motivos que levaram a empresa a quebrar e entrar com pedido de recuperação judicial. Os portais Coindesk e The Block publicaram trechos do texto.

Na carta, que foi compartilhada pela plataforma Slack da empresa, SBF conta que “congelou diante da pressão” nos momentos mais agudos da crise e que a sede da FTX é agora um “galpão vazio cheio de monitores”.

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O empresário não comenta as acusações de má gestão, de uso do investimento dos clientes para cobrir rombos financeiros ou o desaparecimento de dinheiro da corretora.

SBF volta a dizer que não tinha ideia da exposição que a corretora tinha e que o dinheiro obtido com empréstimos e vendas secundárias era em geral reinvestido na empresa e não para uso pessoal.

“Nunca quis que nada disso tivesse acontecido e daria tudo para voltar atrás e fazer as coisas de forma diferente”, diz o empresário em um trecho que ressalta a solidão que vive no momento (“olho para o lado e não tem ninguém para conversar”).

“Não percebi toda a extensão da posição de margem, nem percebi a magnitude do risco representado por uma quebra hipercorrelacionada”, afirmou Bankman-Fried. “Os empréstimos e as vendas secundárias geralmente eram usados ​​para reinvestir no negócio – incluindo comprar da Binance – e não para grandes quantidades de consumo pessoal.”

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Segundo SBF, a FTX possuía US$ 60 bilhões como contrapartida para redimir saques de clientes e tinha uma posição aberta de US$ 8 bilhões. Com a crise no mercado de crédito cripto em junho, os ativos caíram para US$ 25 bilhões e a dívida subiu para US$ 8 bilhões.

Recuperação judicial

Em uma outra entrevista dada após o colapso, SBF disse que seu maior arrependimento era ter entrado com pedido de recuperação judicial. Isso porque a medida o estaria impedindo de agir para conseguir pagar os clientes e erguer a empresa.

Na carta aos funcionários, o fundador da FTX fala novamente sobre o caso, ressaltando que uma “pressão extrema e coordenada” foi feita para que a recuperação judicial começasse.

“Provavelmente poderíamos ter levantado fundos significativos; o interesse potencial em bilhões de dólares em financiamento surgiu cerca de oito minutos depois que eu assinei os documentos do Capítulo 11. Entre esses fundos, os bilhões de dólares em garantias que a empresa ainda detinha e os juros recebidos de outras partes, acho que provavelmente poderíamos ter retornado um grande valor aos clientes e salvado o negócio.”

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